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terça-feira, 16 de abril de 2024

Mercado financeiro Dólar e Ibovespa: 16/04/24

Bitcoin: R$ 338.716,70 Reais e US$ 64.293,60 Dólares.



Dólar se aproxima dos R$5,27 impulsionado por exterior; BC só observa

O dólar à vista fechou a terça-feira em forte alta no Brasil, na quinta sessão consecutiva de valorização, e atingiu o maior valor visto em mais de um ano, em meio ao avanço generalizado da moeda norte-americana no exterior, com investidores reagindo à perspectiva de juros altos nos EUA por mais tempo e às tensões no Oriente Médio, além de, localmente, às preocupações com as contas públicas.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,2686 reais na venda, em alta de 1,64%. Este é o maior valor de fechamento para a moeda norte-americana desde 23 de março de 2023, quando encerrou em 5,2898 reais. Em cinco dias úteis, a divisa acumulou elevação de 5,23% ante o real. Apesar do forte movimento, o Banco Central do Brasil se manteve novamente fora do mercado.

Às 17h47, na B3 (BVMF:B3SA3) o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,67%, a 5,281 reais na venda.

Assim como em sessões anteriores, a moeda norte-americana se firmou em alta logo no início da sessão, em meio ao movimento global de reprecificação dos cortes de juros pelo Federal Reserve após a divulgação de dados fortes sobre a economia norte-americana.

Com o avanço firme das taxas dos Treasuries, o dólar também subia ante as demais moedas, incluindo o real.
“Haverá ou não dois cortes de juros este ano nos EUA? Esta é a grande pergunta”, comentou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, ao justificar o forte movimento de alta para o dólar em todo o mundo.
“Chama a atenção o grande movimento de ‘stop’ na posição dos bancos norte-americanos em juros, com eles mudando para setembro ou dezembro o início dos cortes”, acrescentou.

Também contribuíam para o avanço do dólar os receios em torno dos conflitos no Oriente Médio, após o Irã atacar Israel no fim de semana, e localmente as preocupações com o equilíbrio fiscal brasileiro, após o governo anunciar a redução da meta fiscal para 2025.

Neste cenário, o dólar à vista variou da mínima de 5,1866 reais (+0,06%) às 9h, na abertura, à máxima de 5,2879 reais (+2,01%) às 11h59.Apesar da disparada do dólar durante a sessão, o Banco Central novamente apenas observou os negócios, sem realizar leilões extras de swap cambial ou de venda de dólares com compromisso de recompra -- ações que, em outros anos, a instituição adotou para reduzir a volatilidade.

Para alguns profissionais, a forte alta do dólar ante o real já justificava a atuação do BC.

“Acho que era o momento sim de fazer algo para conter a volatilidade, principalmente porque não vejo fundamentos claros para o dólar estar no atual patamar”, comentou Matheus Massote, especialista de câmbio da One Investimentos. “Mas a gestão do Roberto Campos Neto no BC nunca foi intervencionista e sempre demonstrou cautela ante de atuar no câmbio”, acrescentou.
Para Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, o fato de o dólar estar subindo em todo mundo -- e não apenas no Brasil – desestimula a intervenção do BC. Na prática, a venda de dólares por parte da autarquia seria como “enxugar gelo”, já que o movimento de alta é global.

“O mercado vem se adequando a uma leitura de que não apenas o Fed deve retardar o início do corte de juros, como também o tamanho do ciclo deve ser menor”, avaliou Machado. “Com isso, há um reajuste muito profundo das carteiras globais, que leva não apenas a curva de juros norte-americana para cima como também o dólar.”
No mercado brasileiro de juros futuros, os efeitos desta reprecificação dos cortes pelo Fed também são perceptíveis.
Profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram ainda que, em função do ambiente nebuloso, hoje é difícil saber em quais níveis o dólar vai se estabilizar. Um cenário de cotações mais próximas de 5 reais, no entanto, parece improvável neste momento, segundo eles.

Em conversa com jornalistas em Washington nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu a maior parte da alta do dólar ao cenário externo.
"Tem muita coisa que está fazendo com que o mundo esteja atento ao que está acontecendo nos EUA, e o dólar está se valorizando frente às demais moedas. Eu diria que isso não explica o que está acontecendo no Brasil, mas explica dois terços do que está acontecendo no Brasil", defendeu.

No exterior, o dólar seguia em alta firme ante as demais moedas no fim da tarde. Às 17h46, o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- subia 0,17%, a 106,380.

Ibovespa recua pressionado por Treasuries, inflação nos EUA e risco fiscal

O Ibovespa encerrou em queda nesta terça-feira, após renovar mínimas do ano, com avanço nos rendimentos dos Treasuries, um tom ainda cauteloso por parte do chair do Federal Reserve em relação à inflação norte-americana e temores com a questão fiscal no Brasil.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,75%, a 124.388,62 pontos. Na máxima do dia, chegou a 125.315,63 pontos. Na mínima, a 123.756,08 pontos, menor patamar intradia desde novembro passado. O patamar de fechamento também foi o menor em pouco mais de cinco meses. O volume financeiro somou 26,4 bilhões de reais.

S&P 500: Powell indica manutenção dos juros por mais tempo e bolsas de Nova York fecham mistas

No fechamento do pregão de hoje (16), as bolsas de Nova York apresentaram movimentos mistos, influenciadas pelos comentários do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, indicando uma manutenção prolongada da política de juros restritivos. Powell destacou a persistência da inflação abaixo da meta de 2%, o que provavelmente manterá os juros nos níveis atuais por mais tempo.

O índice VIX, que mede a volatilidade do mercado, recuou 4,32% para 18,40 pontos, após alcançar o nível mais alto desde outubro. Ontem, o índice subiu 11%. Dow Jones sobe 0,17% (37.798,64 pontos); S&P 500 cai 0,21% (5.051,33 pontos); Nasdaq perde 0,12% (15.865,25 pontos).

Os investidores agora ajustam suas expectativas, com a curva futura precificando um cenário mais conservador, prevendo apenas um corte de 25 pontos-base nos juros do Fed este ano. Essa postura cautelosa do Federal Reserve contribuiu para conter o ímpeto comprador em Wall Street.

“Powell se moveu mais decididamente em uma direção hawkish”, afirma Quincy Krosby, estrategista-chefe global da LPL Financial. “Isso não foi amigável para os mercados de ações, mas os mercados entenderam a mensagem.”

O presidente disse que provavelmente levará “mais tempo do que o esperado” para o banco central estar confiante em sua luta contra a inflação. Para o presidente do Fed, a robustez da inflação durante o primeiro trimestre introduziu uma nova incerteza sobre quando e se o banco central seria capaz de reduzir as taxas de juros ainda este ano.

As bolsas da Europa fecharam em forte queda nesta terça-feira.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 1,58%, a 497,92 pontos.

Em Londres, o FTSE 100 caiu 1,82%, a 7.820,36 pontos. Em Frankfurt, o DAX recuou 1,57%, a 17.744,46 pontos. Em Paris, o CAC 40 teve queda de 1,40%, a 7.932,61 pontos. Em Milão, o FTSE MIB baixou 1,65%, a 33.393,85 pontos. Em Madri, o Ibex 35 caiu 1,57%, a 10.519,20 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 recuou 0,71%, a 6.224,16 pontos.

As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam em baixa significativa nesta terça-feira.

O índice japonês Nikkei teve queda de 1,94% em Tóquio nesta terça-feira, a 38.471,20 pontos, enquanto o Hang Seng caiu 2,12% em Hong Kong, a 16.248,97 pontos, o sul-coreano Kospi recuou 2,28% em Seul, a 2.609,63 pontos, e o Taiex registrou baixa de 2,68% em Taiwan, a 19.901,96 pontos.

Na China continental, o dia também foi de perdas expressivas, de 1,65% no caso do Xangai Composto, a 3.007,07 pontos, e de 3,77% no do menos abrangente Shenzhen Composto, a 1.638,44 pontos.

Na Oceania, a bolsa de Sydney acompanhou o mau humor generalizado. O índice australiano S&P/ASX 200 amargou queda de 1,81%, a 7.612,50 pontos.

Fontes: Reuters, Dow Jones Newswires.
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