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A aprovação do novo marco fiscal na Câmara dos Deputados e a queda firme do dólar no exterior, após a divulgação de dados fracos da economia dos EUA, fizeram a moeda norte-americana à vista ter forte queda ante o real nesta quarta-feira.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8569 reais na venda, com baixa de 1,63%. Foi a maior queda percentual em um dia desde 6 de janeiro deste ano, quando a moeda norte-americana recuou 2,17%.
Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,70%, a 4,8605 reais.
Na noite de terça-feira, a Câmara aprovou o novo marco fiscal, dando fim a negociações entre governo e parlamentares que se arrastavam há semanas. O texto segue agora à sanção presidencial.
Com a aprovação, dois fatores impactaram os mercados nesta quarta-feira: o fato de a votação ter sido concluída, após semanas de adiamentos; e a retirada de pontos do texto vindo do Senado que abriam margem a mais gastos do governo.
“Alguns aspectos negativos foram retirados do texto, mas eles vão vir de outra forma. O mais positivo foi a aprovação em si. A questão de prazo estava ficando delicada, com os adiamentos. A aprovação do novo marco vira uma página, reduz a nebulosidade”, avaliou Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM. Segundo ele, o cenário externo também ajudou, em um dia de busca por ativos mais arriscados, como as moedas de países emergentes. O movimento ocorreu na esteira da divulgação de números fracos sobre a economia norte-americana.
A S&P Global informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto dos EUA, que acompanha os setores de manufatura e serviços, caiu para 50,4 em agosto, de 52 em julho, na maior baixa desde novembro de 2022. Na prática, a atividade empresarial aproximou-se em agosto da estagnação, com o crescimento no ritmo mais fraco desde fevereiro.
Os números norte-americanos -- somados às dificuldades recentes na China e na Europa -- elevaram a percepção de que a inflação nos EUA pode desacelerar a ponto de o Federal Reserve manter sua taxa de referência no patamar atual, na faixa de 5,25% a 5,50%, ou começar a cortá-la antes do previsto.
Neste cenário, o dólar cedia ante moedas fortes e praticamente todas as divisas de emergentes e exportadores de commodities, incluindo o real. Às 17:13 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- caía 0,18%, a 103,400.
Durante a tarde, o Banco Central informou que o Brasil registrou fluxo cambial total positivo de 3,790 bilhões de dólares em agosto até dia 18. Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de 366 milhões de dólares. Pelo canal comercial, o saldo de agosto até dia 18 foi positivo em 4,156 bilhões de dólares. Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de outubro.
O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, pelo segundo pregão seguido, em movimento endossado por Wall Street e puxado principalmente pelo avanço de Petrobras e Vale, enquanto GPA (BVMF:PCAR3) caiu cerca de 19% com ajustes relacionados à cisão do Éxito.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,7%, a 118.134,59 pontos, reagindo também à conclusão pela Câmara dos Deputados da votação do novo marco fiscal, que agora segue à sanção presidencial. No melhor momento do dia, o Ibovespa chegou a 118.134,59 pontos. Na mínima, a 116.158,89 pontos. O volume financeiro somou 25,3 bilhões de reais.
Em Nova York, o S&P 500 avançou mais de 1%, Nesta quarta, o Dow Jones ganhou 0,54%, para 34.472,98 pontos. O S&P 500 ganhou 1,10%, a 4.436,01 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 1,59%, a 13.721,03 pontos.em meio a expectativas de que os resultados da Nvida que serão divulgados ainda nesta quarta-feira sejam acompanhados de previsões otimistas, mas também reagindo a alívio nos rendimentos dos Treasuries de 10 anos após dados mais fracos da economia norte-americana.
Na visão da chefe de economia da Rico, Rachel de Sá, não só os dados nos EUA mas também na Europa nesta sessão passaram uma "mensagem clara" de que a economia global perde força, o que alimenta expectativas de que bancos centrais poderão desacelerar o aperto monetário que se tornou marca do último ano.
E isso, acrescentou, tem efeito positivo em ativos de maior risco, como ações.
Em meio às dúvidas sobre os próximos passos principalmente do BC dos Estados Unidos, investidores, segundo a Levante, aguardam falas de autoridades do Federal Reserve no simpósio anual do Fed de Kansas City em Jackson Hole, Wyoming, que começa na quinta-feira, e pode ampliar a volatilidade nos mercados.
As atenções estarão voltadas principalmente para o discurso do chair do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira.
"Investidores buscam sinais/pistas para melhor calibrar as expectativas acerca da condução da política monetária da maior economia global, tema que segue bastante vivo após a reviravolta de expectativas observada ao longo da parcial deste mês", afirmou a equipe da Commcor.
"Lembremos a disposição ao risco vista até a virada de julho para agosto e o atual momento de correção dos principais ativos de risco...tendo como gatilho a percepção de que o alívio inflacionário até julho vislumbrado pode não se dar na velocidade esperada", acrescentou em nota a clientes. Para a Commcor, embora o enxugamento de risco tenha cessado ao longo dos últimos dias, a melhora da confiança se mostra frágil e volátil.
Destaques
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) subiu 5,33%, a 32,24 reais, e PETROBRAS ON (BVMF:PETR3) fechou em alta de 5,7%, a 35,41 reais, renovando máximas históricas, apesar do declínio dos preços do petróleo, com os analistas do BTG Pactual (BVMF:BPAC11) e do Bank of America (NYSE:BAC) elevando a recomendação dos papéis da companhia para compra.
- VALE ON (BVMF:VALE3) avançou 0,74%, a 63,04 reais, apoiado na alta dos futuros de minério de ferro, com os preços na China subindo mais de 5% em meio a crescente otimismo em relação às perspectivas de demanda no maior produtor de aço do mundo, impulsionado em parte por medidas de apoio.
- ELETROBRAS ON (BVMF:ELET3) valorizou-se 7,31%, a 36,7 reais, e ELETROBRAS PNB (BVMF:ELET6) subiu 5,91%, a 39,95 reais, tendo como pano de fundo anúncio da elétrica de que começou estudos para incorporação de sua subsidiária Furnas, conforme busca simplificar estrutura societária e governança.
- GPA ON(BVMF:PCAR3) recuou 19,39%, a 6,56 reais, refletindo ajustes atrelados à cisão de parte da participação do grupo varejista alimentar no colombiano Éxito por meio de uma redução de capital. Analistas esperam volatilidade para os papéis nesta sessão, mas avaliam que o "spin-off" irá destravar valor no GPA.
-SÃO MARTINHO ON (BVMF:SMTO3) saltou 7,64%, a 34,8 reais, tendo como pano de fundo alta dos futuros do açúcar diante da expectativas de que a Índia deve proibir exportações do produto pela primeira vez em sete anos. RAÍZEN PN (BVMF:RAIZ4) encerrou com acréscimo de 2,56%, a 3,61 reais.
- BTG PACTUAL UNIT avançou 3,78%, a 32,67 reais, melhor desempenho entre bancos do Ibovespa, após aquisição da gestora digital de investimentos Magnetis como parte da estratégia de expandir suas plataformas digitais. ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) subiu 1,25% e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) ganhou 1,38%.
Fontes: Reuters.