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terça-feira, 7 de março de 2023

Mercado financeiro Dólar e Ibovespa: 07/03/23

Bitcoin: R$ 115.141,42 Reais e US$ 22.055,60 Dólares.

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Um dos eventos econômicos mais aguardados desta semana, o depoimento do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, ao Congresso deu força ao dólar em todo o mundo e fez a moeda norte-americana fechar em alta ante o real no Brasil.

Aos senadores, Powell adotou um discurso hawkish (duro) sobre a política monetária e elevou a percepção de que o Fed poderá elevar sua taxa de juros em 0,50 ponto percentual na próxima reunião, e não em 0,25 ponto.

A expectativa de juros mais altos nos EUA deu força ao dólar ante outras divisas e pressionou as bolsas de ações.

No Brasil, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1938 reais, em alta de 0,47%.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:47 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,42%, a 5,2170 reais.

No início da manhã, o dólar chegou a oscilar em queda ante o real, com agentes do mercado à espera de eventuais detalhes sobre o novo arcabouço fiscal no Brasil e da fala de Powell ao Congresso dos Estados Unidos.

Como a reunião da manhã entre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não trouxe novidades nem sobre o arcabouço nem sobre o futuro da política monetária no Brasil, o mercado se voltou para os Estados Unidos.

Às 12h (horário de Brasília), Powell começou a falar e deu força à percepção de que a alta de juros nos Estados Unidos pode acelerar.

“Os dados econômicos mais recentes chegaram mais fortes do que o esperado, o que sugere que o nível final dos juros deve ser mais alto do que o previsto anteriormente", disse Powell. "Se a totalidade dos dados indicar que um aperto mais rápido se justifica, estaremos preparados para aumentar o ritmo das altas de juros", acrescentou.

Em reação, os ativos de risco perderam força em todas as praças, enquanto o dólar acelerou os ganhos ante as moedas de países emergentes. Com o início da fala de Powell, a moeda americana saltou da casa dos 5,17 para a máxima de 5,2059 (+0,70%), às 12h09.

“Este tom mais duro do presidente do Fed acabou trazendo aversão ao risco aos mercados de forma geral. Com isso, algumas casas já preveem que o banco central americano suba mais os juros na próxima reunião”, avaliou a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.

No mercado futuro de juros norte-americano, a precificação já aponta mais de 50% de chances de o Fed subir os juros em 0,50 ponto percentual em 22 de março.

“Salvo uma surpresa baixista para os dados dos Estados Unidos, é de se esperar um aumento de 0,50 na próxima reunião do Fed. Com isso, o dólar está ganhando força ante as principais moedas e aqui também”, comentou o economista da BlueLine Asset Management, Flavio Serrano. “Isso (a alta maior de juros nos EUA) prejudica a dinâmica do câmbio, pressiona as taxas de juros e atrapalha no curto prazo”, acrescentou.

Nas mesas de operação no Brasil, porém, a percepção é de que o rumo do dólar dependerá do novo arcabouço fiscal, a ser apresentado pelo Ministério da Fazenda ainda este mês. Se o arcabouço for crível, haveria espaço para queda nas cotações.

“O dólar poderia estar um pouco mais baixo, na nossa visão. Não está, por causa do arcabouço fiscal”, disse Serrano.Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16 mil contratos de swap cambial para rolagem dos vencimentos de abril.

Às 17:47 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- subia 1,26%, a 105,570.

 O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira, após o titular do banco central dos Estados Unidos chancelar apostas de uma alta maior e talvez mais rápida da taxa de juros para controlar a inflação na maior economia do mundo.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,45 %, a 104.227,93 pontos. No pior momento, chegou a 103.480,42 pontos, após subir a 105.178,55 pontos na máxima da sessão, pela manhã. O volume financeiro somou 21,1 bilhões de reais.

Nos EUA, os contratos futuros vinculados ao juro do Fed passaram a precificar uma probabilidade maior de alta de 0,50 ponto percentual na taxa básica na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed nos dias 21 e 22 deste mês.

O mercado passou a embutir uma chance acima de 50% de que o BC norte-americano elevará sua faixa-alvo da taxa básica para 5% a 5,25%, ante atuais 4,5% a 4,75%. Antes do discurso de Powell, essa probabilidade era estimada em cerca de 30%.

Na visão de William Castro Neves, estrategista-chefe da Avenue Securities, esse movimento decorreu principalmente da fala de Powell de que o nível final da taxa de juros provavelmente será maior do que o previsto anteriormente.

"Ele está falando (nesse trecho) que aquela perspectiva que tinha sido dada... aquela taxa terminal de juros onde o Fed poderia parar de aumentar juros talvez seja maior."

Wall Street fechou em queda após a divulgação do discurso de Powell fomentar prognósticos de mais altas de juros.

No Brasil, agentes financeiros seguem também na expectativa do detalhamento da nova regra fiscal, após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmar na véspera que sua pasta fechou sua contribuição para o desenho do novo arcabouço.

"A principal expectativa do mercado para o mês de março está na apresentação do novo arcabouço de regras fiscais", afirmou a economista-chefe do banco Inter, Rafaela Vitória, em relatório enviado a clientes.

Ela observou que as novas regras podem reduzir o risco do aumento do déficit primário e, consequentemente, do crescimento da dívida/PIB. "Com redução da incerteza no cenário, o mercado pode ter reação positiva à proposta", avalia.

"Uma proposta crível que leve à sustentabilidade fiscal é condição necessária para que as expectativas de inflação comecem a ceder no médio prazo e permitam ao Banco Central reduzir os juros mais rapidamente", acrescentou XP Investimentos (BVMF:XPBR31).

A equipe liderada pelo economista Caio Megale e pelo estrategista Andres Pardo reiterou cenário de Selic em 13,75% até o final do ano, mas ponderou que "uma nova regra fiscal crível e sustentável poderia abrir espaço para flexibilização monetária mais cedo, no segundo semestre deste ano".

"Haddad prometeu apresentar o novo arcabouço fiscal em março. Analistas de mercado aguardam ansiosamente por ele", afirmaram em relatório a clientes.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) caiu 3,31%, a 25,1 reais, em dia de forte queda dos preços do petróleo no exterior e após a petrolífera e a norueguesa Equinor anunciarem que vão estudar possibilidade de instalar um parque eólico em alto mar. No setor, PRIO ON perdeu 3% e 3R PETROLEUM ON cedeu 1,85%, ainda pressionadas também pelo anúncio recente de tributação das exportações de petróleo pelo governo Lula.

- VALE ON (BVMF:VALE3) caiu 0,95%, a 85,33 reais, revertendo a alta da abertura com a piora do mercado na esteira da fala de Powell. Na máxima da sessão, pela manhã, subiu a 87,4 reais, endossada pela alta dos futuros do minério de ferro nas bolsas de Dalian, na China, e em Cingapura, com o clima mais quente aumentando as expectativas de uma recuperação na demanda por aço e o mercado se concentrando na melhora dos fundamentos do consumo.

- AZUL PN (BVMF:AZUL4) subiu 20,12%, a 12 reais, revertendo as perdas do começo do pregão e mantendo o tom positivo da véspera, quando fechou em alta de quase 40% na esteira de acordo com a maior parte dos arrendadores de aeronaves da empresa. GOL PN avançou 5,67%, também após disparar quase 24% na segunda-feira, depois que a holding Abra, que reúne as operações de Gol (BVMF:GOLL4) e Avianca, fechar o investimento na aérea brasileira.

- CVC (BVMF:CVCB3) BRASIL ON encerrou com elevação de 9,88%, a 3,67 reais, também ampliando os ganhos da véspera, quando saltou mais de 19%. A operadora de viagens disse que está mantendo negociações para "reperfilamento" de sua dívida, mas negou acordo. Na segunda-feira, a coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, divulgou que a empresa anunciaria "nos próximos dias, mais provavelmente amanhã (terça-feira), uma reestruturação de sua dívida de curto prazo".

- QUALICORP ON (BVMF:QUAL3) valorizou-se 4,16%, a 4,51 reais, dando continuidade aos ajustes da segunda-feira, quando renovou mínima intradia histórica, a 4,18 reais. No setor de saúde, HAPVIDA ON (BVMF:HAPV3) caiu -1,47%, a 2,68 reais, com analistas chamando atenção para dados da Agência Nacional de Saúde (ANS), que mostraram queda de mais de 40 mil vidas em janeiro da Hapvida, pior desempenho do setor.

- BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) subiu 2,33%, a 13,6 reais, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) fechou com variação negativa de 0,28%, a 24,83 reais. BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) avançou 2,3%, a 39,6 reais.

- DEXCO ON recuou -6,79%, a 6,18 reais, renovando mínima de fechamento desde maio de 2020. A dona de marcas como Deca e Duratex (BVMF:DXCO3) divulga seu desempenho no quarto trimestre na quarta-feira, após o fechamento do mercado. No final de fevereiro, o Bradesco BBI reiterou recomendação "neutra" para a ação da Dexco e cortou o preço-alvo da ação a 8 reais, avaliando que a baixa visibilidade das principais variáveis que afetam o consumo de produtos da companhia, por exemplo, altas taxas de juros, endividamento das famílias e aumento do desemprego, continuará prejudicando as margens e o desempenho das ações à frente.

- MOVIDA ON (BVMF:MOVI3), que não está no Ibovespa, saltou8,88%, a 7,11 reais, mesmo após resultado considerado fraco por analistas no quarto trimestre, com queda em margens em meio a pressão de custos, com o lucro da empresa de aluguel de veículos e gestão de frotas desabando mais de 90%. Na abertura, os papéis chegaram a cair a 6,31 reais, mas depois mudaram de sinal, chegando, à máxima até o momento, a 7,26 reais.

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