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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Mercado financeiro Dólar e Ibovespa: 27/02/23

Bitcoin: R$ 120.815,40 Reais e US$ 23.397,30 Dólares.

Dólar comercialR$ 5,2067
Dólar turismoR$ 5,3922
Dólar ptaxR$ 5,1960
Euro comercialR$ 5,52
Euro turismoR$ 5.7993


O dólar à vista oscilou perto da estabilidade na maior parte da sessão, para fechar em alta ante o real nesta segunda-feira, na contramão do exterior, onde o viés predominante era de baixa para a moeda norte-americana.

O fechamento em alta ocorreu mesmo após o Ministério da Fazenda informar no fim de tarde que o governo vai retomar a cobrança de impostos federais sobre combustíveis nesta semana após o final do prazo da desoneração para gasolina e etanol, que se encerra no fim de fevereiro. A decisão foi uma vitória para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,2071 reais, em alta de 0,16%.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:45 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,23%, a 5,2030 reais.

Após a alta de 1,22% do dólar na sessão anterior, na sexta-feira, os participantes do mercado brasileiro iniciaram os negócios nesta segunda em compasso de espera. As atenções estavam voltadas para Brasília, onde Haddad e o presidente da Petrobras (BVMF:PETR4), Jean Paul Prates, negociavam uma solução para os combustíveis.

Em meio aos receios de que a desoneração poderia continuar --o que pesaria nos cofres do governo--, o dólar pouco se afastou da estabilidade.

“O que a gente acha é que o mercado de câmbio está trabalhando com um pouco de proteção, por conta da indefinição por parte do governo nesta história dos combustíveis”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.

Assim, enquanto o dólar tinha um viés de baixa no exterior, a moeda norte-americana se mantinha perto da estabilidade no Brasil ou com leves ganhos.

Na reta final dos negócios, o Ministério da Fazenda informou que a cobrança de impostos sobre combustíveis será totalmente retomada. A pasta contava com o retorno da tributação, sem nova prorrogação da desoneração ou retorno gradual das cobranças, disseram à Reuters duas fontes que acompanhavam o tema.

Ainda assim, o dólar encerrou o dia no território positivo. No exterior, a tendência era outra.

Às 17:45 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- caía 0,49%, a 104,660.

Profissionais ouvidos pela Reuters lembraram ainda que nesta terça-feira ocorre a definição da taxa Ptax de fim de mês, que servirá de referência para a liquidação de contratos futuros no início de março. Em função disso, é normal haver certa disputa pela condução das cotações entre comprados (investidores que apostam na alta do dólar) e vendidos (que apostam na baixa).

A disputa maior tende a ser na manhã de terça-feira, mas algumas mesas citavam certo esforço dos comprados, já na sessão desta segunda-feira, para que as cotações seguissem em patamares elevados.

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap ofertados na rolagem dos vencimentos de abril.

O Ibovespa flutuou entre leves perdas e ganhos ao longo desta segunda-feira, 27, em margem restrita de menos de 1,2 mil pontos entre a mínima (105.226,60) e a máxima (106.402,11) da sessão, vindo de abertura aos 105.807,20 pontos. No fechamento, mostrava baixa de 0,08%, aos 105.711,05 pontos, com giro financeiro ainda reduzido, a R$ 17,7 bilhões. Faltando a sessão de amanhã para o encerramento do mês, o Ibovespa recua 6,81% em fevereiro e 3,67% no ano.

O sinal de Nova York se manteve positivo, mas o Ibovespa o acompanhou nos melhores momentos sempre a uma certa distância, contido pelo cenário macro doméstico em que assomava nesta semana a incerteza, até o meio da tarde, sobre a reoneração dos combustíveis.

A queda de braço entre a equipe econômica, com Fernando Haddad (Fazenda) à frente, focada na arrecadação, e a ala política do governo, que defendia a prorrogação da desoneração federal pelo efeito sobre a inflação, foi monitorada de perto pelo mercado, atento a eventuais sinais de desgaste precoce do ministro, sob o que seria fogo amigo. A questão precisava ser definida nos próximos dias tendo em vista que o prazo da desoneração se encerra amanhã, com o fim do mês.

À tarde veio a definição de agrado do mercado: o Ministério da Fazenda confirmou a reoneração completa do PIS/Cofins sobre gasolina e etanol, como havia antecipado o Broadcast/Estadão. A modelagem da cobrança, com porcentual definido sobre cada item, ainda não foi informada, mas a Fazenda garantiu que não haverá perda de arrecadação, e os R$ 28,9 bilhões de aumento de receitas estão garantidos.

Assim, "no mercado de juros, o dia foi de fechamento de taxas, com os vencimentos mais curtos fechando em torno de 10 pontos-base. A reoneração dos combustíveis se confirmou à tarde, embora sem detalhes sobre as alíquotas, de como será essa retomada. A notícia animou pelo lado fiscal, pela arrecadação. Foi o grande evento do dia", diz Luciano Costa, economista-chefe e sócio da Monte Bravo Investimentos.

"O mercado estava um pouco mais apreensivo quanto ao que seria feito sobre os combustíveis, com a percepção inicial de que Haddad estaria sob fogo amigo quando ainda se discute o formato do futuro arcabouço fiscal. E num momento em que os investidores institucionais e estrangeiros estão saindo da Bolsa", diz Gustavo Neves, especialista em renda variável da Blue3, referindo-se também ao elevado nível em que já estão as taxas de juros de referência globais.

Por outro lado, "o impacto da reoneração dos combustíveis é positivo para Bolsa", diz Gabriel Meira, especialista da Valor Investimentos. "A notícia abre espaço para recuperação de receita num momento em que o governo está precisando. A reoneração, da forma como eles estão dizendo, ameniza o lado fiscal, mas é preciso esperar para ver como isso será feito. O mercado ainda está um pouco desconfortável por todo esse fogo cruzado, toda essa resistência (à reoneração) vista na própria base do governo", acrescenta o analista.

Entre as ações e os setores de maior peso no Ibovespa, o avanço de Petrobras (BVMF:PETR4), embora moderado no fechamento (ON +1,66%, PN +0,69%), mesmo com o recuo do petróleo na sessão, foi fundamental para dar algum suporte à referência da B3 (BVMF:B3SA3), assim como os ganhos do setor siderúrgico (CSN ON (BVMF:CSNA3) +1,27%, Gerdau (BVMF:GGBR4) PN +0,53%). Vale ON (BVMF:VALE3) fechou sem variação, em dia negativo para o minério de ferro na China, enquanto entre os grandes bancos as perdas chegaram a 1,36% (BB (BVMF:BBAS3) ON) no encerramento.

Na ponta do Ibovespa, São Martinho (BVMF:SMTO3) (+5,12%), após o Citi elevar em 40% a previsão de lucro da empresa para a safra 2022/2023, logo atrás de Raízen (BVMF:RAIZ4)(+5,19%) na sessão, e à frente de Alpargatas (BVMF:ALPA4) (+2,75%) e Eztec (BVMF:EZTC3) (+2,70%). No lado oposto, Hapvida (BVMF:HAPV3) (-4,21%), CVC (BVMF:CVCB3) (-4,12%), Qualicorp (BVMF:QUAL3) (-3,67%) e Petz (BVMF:PETZ3) (-3,47%).

"O volume está bastante baixo e o índice (Bovespa) ficou com uma volatilidade muito pequena, perto de zero, hoje. O giro tem ficado em quase metade do que era negociado seis meses atrás, o que mostra, agora, baixo interesse do investidor estrangeiro. E o estrangeiro era o grande 'player' que vinha mostrando convicção, com uma ponta para entrar. No ano, já vemos fluxo negativo do estrangeiro, impactando o volume da Bolsa", diz Luiz Adriano Martinez, sócio e gestor de renda variável da Kilima Asset.

Ele destaca na sessão o fraco desempenho das ações de bancos, contrabalançado pelos ganhos de Petrobras e do segmento de açúcar e álcool, com São Martinho e Raízen à frente. "Esses dois grupos de papéis têm em comum a discussão sobre a reoneração dos combustíveis, que afeta tanto os preços da gasolina como do álcool, beneficiando essas empresas", diz. "Com relação à Petrobras, há também a divulgação dos resultados, nesta semana, e principalmente a proposta sobre o fundo de estabilização de preços, que pode ser ao final uma alternativa interessante para o acionista, com interferência política menor na definição de preços, ainda que não seja a solução ideal", acrescenta.

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