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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Mercado financeiro Dólar e Ibovespa: 15/02/23

Bitcoin: R$ 124.967,24 Reais e US$ 24.308,30 Dólares.

Dólar comercialR$ 5,2205
Dólar turismoR$ 5,4201
Dólar ptaxR$ 5,2243
Euro comercialR$ 5,58
Euro turismoR$ 5.8543


O dólar avançou frente ao real nesta quarta-feira, refletindo salto da moeda norte-americana no exterior em meio a temores sobre o ciclo de alta de juros do Federal Reserve, mas falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente da Câmara, Arthur Lira, ajudaram a limitar as perdas da divisa brasileira.

No mercado à vista, o dólar fechou em alta de 0,36%, a 5,2182 reais na venda.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:07 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,45%, a 5,2265 reais.

Segundo participantes do mercado, esse movimento acompanhou a valorização da divisa norte-americana no exterior, onde um índice que compara o dólar a uma cesta de seis pares fortes avançava mais de 0,7% nesta tarde.

Dados desta terça-feira mostraram que as vendas no varejo dos Estados Unidos se recuperaram de forma acentuada em janeiro, após duas quedas mensais consecutivas, o que renovou temores de investidores de que o Federal Reserve precisará continuar elevando os juros de forma a esfriar a atividade econômica e conter a inflação. Mais cedo neste mês, uma forte leitura de criação de postos de trabalho referente a janeiro já havia alimentado esses receios.

"Janeiro foi um mês otimista por parte de investidores; os mercados melhoraram bastante, como se o Fed fosse terminar o ciclo de juros já agora ou com só mais uma alta, mas o mercado de emprego está muito aquecido e não está deixando o Fed finalizar o ciclo", disse à Reuters Luiz Osório Leão Filho, gestor de investimentos SOMMA, que espera pelo menos mais dois ajustes no juro pelo banco central norte-americano este ano.

Quanto mais sobem os custos dos empréstimos nos EUA, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente, conforme investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa norte-americano.

Apesar da força global do dólar, falas de autoridades brasileiras ajudaram a conter as perdas do real, que teve desempenho superior ao de vários pares arriscados durante a sessão. Dólar australiano, rand sul-africano e peso chileno, por exemplo, caíram mais de 1% no dia.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira que entende a ansiedade do mercado financeiro e que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciará no mês que vem a proposta de um novo marco fiscal para o país, que será debatida com a sociedade.

Quanto antes vier a definição sobre o plano fiscal, "melhor", uma vez que isso abrirá espaço para os fundamentos econômicos do Brasil falarem mais alto, disse Leão Filho. Ele destacou que incertezas sobre o arcabouço das contas públicas e discussões sobre a meta de inflação do Brasil têm "gerado muito ruído no curto prazo" e que "o real deveria estar mais apreciado".

Já o presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou nesta quarta-feira que não vê "nenhuma possibilidade" na mudança da independência do Banco Central no Congresso, após recentes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à autarquia.

Lira também disse que Lula e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, saberão dialogar.

Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho (NYSE:MFG) no Brasil, disse que as "notícias estão ajudando a reduzir algumas das preocupações mais recentes dos investidores", citando tanto as declarações de Haddad quanto as de Lira.

"O que deixa mais claro que há um componente doméstico no preço dos ativos no Brasil é o fato de a gente ver o Ibovespa descolado do movimento lá fora", disse Rostagno. O índice da bolsa paulista avançava 1,7% nesta tarde, enquanto as ações em Wall Street alternavam estabilidade e leves perdas.

Agora, o mercado fica à espera da primeira reunião no novo governo do Conselho Monetário Nacional (CMN), a quem cabe fixar as metas de inflação a serem perseguidas pelo BC, na quinta-feira. Haddad afirmou na terça-feira que a meta de inflação não está na pauta do encontro, depois de rumores de que Lula teria pedido que a meta de inflação, hoje em 3,25% para este ano, fosse aumentada em 1 ponto percentual.

O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, com os negócios reverberando discussões sobre eventual mudança da meta de inflação, além da possibilidade de um novo arcabouço fiscal ser apresentado pelo governo em março.

Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa subiu 1,62%, a 109.600,14 pontos, em sessão marcada pelo vencimento de contratos de opções do índice. O volume financeiro somava 46,7 bilhões de reais.

Em evento em São Paulo, três dos principais gestores do país - Rogério Xavier, da SPX Capital, Luis Stuhlberger, da Verde Asset, e André Jakurski, da JGP, disseram não ver problema em uma mudança na meta de inflação, avaliando que ela está errada.

Xavier argumentou que a meta deste ano foi acertada em meados de 2020, em meio à pandemia de Covid-19, em um cenário bastante diferente, e que agora ela ficou "inalcançável". Não tem nada de errado nisso (em alterar)", afirmou durante a BTG (BVMF:BPAC11) Pactual (BVMF:BPAC11) CEO Conference 2023, em São Paulo.

"O que adianta eu dizer que vou buscar 3,25% e fazer 6%."

Stuhlberger disse que "buscar uma meta irrealista não é uma coisa boa pro Brasil no atual momento" do país, mas destacou que é necessário um arcabouço fiscal crível, enquanto Jakurski também disse que "não dá para perseguir essa meta" e acrescentou seria mais importante primeiro definir a regra fiscal.

Na visão de Tiago Cunha, gestor de ações da Ace Capital, as falas chancelaram perspectivas uma possível mudança na meta, o que abre espaço para expectativas de que a Selic pode ser reduzida após uma revisão. "A Selic não precisaria ficar em um patamar tão elevado dado que a meta não seria mais 3,25%."

A declarações vieram após, nos últimos dois dias, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se posicionar contra uma eventual mudança da meta para ganhar flexibilidade na política monetária.

Os ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que estava na plateia do evento do BTG Pactual, falou na sequência de Xavier, Stuhlberger e André Jakurski, e reforçou o tom positivo no mercado ao adotar um discurso moderado e afirmar que o governo anunciará no mês que vem a proposta de um novo marco fiscal.

De acordo com Cunha, uma condicionante importante para a mudança da meta passa pela âncora fiscal que deve ser anunciada em substituição à regra do teto de gastos.

O otimismo foi reforçado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que afirmou no mesmo evento que não vê "nenhuma possibilidade" na mudança da independência do Banco Central no Congresso.

O Ibovespa ampliou ganhos à tarde, em razão de operações atreladas ao vencimento de opções do índice, uma vez que a melhora na parte da manhã, o que levou lançadores de opções a buscarem hedge, potencializando a alta.

A temporada de balanços também permaneceu no foco, com agentes financeiros repercutindo os números de Weg, Totvs e Raízen, antes da divulgação dos resultados de B3 (BVMF:B3SA3), CCR (BVMF:CCRO3), Assaí (BVMF:ASAI3), Ultrapar (BVMF:UGPA3), previstos para após o fechamento.

Destaques

- RAÍZEN PN (BVMF:RAIZ4) subiu 3,69%, a 3,09 reais, revertendo a fraqueza do começo da sessão, quando chegou a cair a 2,86 reais, mínima intradia histórica. Na véspera, a gigante global de açúcar e etanol reportou resultado mostrando queda de 4% na moagem de cana na safra 2022/23, com efeitos do clima adverso em partes dos canaviais e menor área de colheita. O lucro líquido ajustado caiu 79% no terceiro trimestre do ano-safra 2022/23.

- TIM ON (BVMF:TIMS3) subiu 2,99%, a 12,06 reais, com repercussão da projeções para o período entre 2023 e 2025, incluindo expectativa de crescimento percentual de "duplo dígito baixo" do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) neste ano. O Credit Suisse (SIX:CSGN) avaliou positivamente o plano estratégico, destacando entre outros fatores que indica crescimento da receita de serviços acima da inflação e aumento da margem Ebitda.

- WEG ON (BVMF:WEGE3) avançou 1,36%, a 38,88 reais, após resultado do quarto trimestre considerado sólido por analistas, que mostrou Ebitda de 1,56 bilhão de reais para o período, alta de 38,6% sobre um ano antes. A fabricante de motores elétricos e tintas industriais também aprovou dividendos complementares de cerca de 950 milhões de reais, correspondente a 0,23 real por ação. Para o BTG Pactual, os números da Weg enviam uma mensagem positiva em relação à qualidade e resiliência do resultado.

- TOTVS ON (BVMF:TOTS3) caiu 4,16%, a 28,6 reais, após a companhia especializada em software para gestão de empresas reportar resultado operacional medido pelo Ebitda abaixo das expectativas no quarto trimestre, embora acima do desempenho apurado um ano antes. Analistas do Safra consideraram os dados de receita fortes, em linha com as expectativas da casa, mas chamaram a atenção para o Ebitda menor que o esperado. Ainda assim, reiteraram recomendação "outperform".

- HAPVIDA ON (BVMF:HAPV3) saltou 7,64%, a 4,93 reais, encontrando suporte no movimento mais positivo da bolsa como um todo, endossado também pelo alívio na curva de juros. Até a véspera, o papel acumulava queda de 9,8% em 2023, contra declínio de apenas 1,7% do Ibovespa no mesmo período. Ainda no setor de saúde, REDE D'OR ON (BVMF:RDOR3) avançou 3,98%.

- MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) fechou em queda de 4,19%, a 3,89 reais, em pregão de ajustes, uma vez que até a terça-feira contabilizava uma alta de mais de 48% no ano, em boa parte impulsionada pela crise envolvendo a rival Americanas, que pediu recuperação judicial. VIA ON (BVMF:VIIA3) avançou 5,58%, a 2,27 reais, uma vez que teve um desempenho bem inferior à performance de Magalu, com queda de 10,4% desde o começo do ano até a véspera.

- NUBANK (NYSE:NU)avançou 4,8%, a 5,24 dólares, em Nova York, após reportar lucro líquido ajustado de 113,8 milhões de dólares para o quarto trimestre do ano passado ante 63 milhões no terceiro trimestre e de 3,2 milhões no mesmo período de 2021. Analistas do Itaú BBA afirmaram que o resultado superou suas expectativas e elevaram a recomendação dos papéis para "market perform", estabelecendo novo preço-alvo para o final de 2023 em 5,5 dólares, de 3,1 dólares anteriormente.
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