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sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Mercado financeiro Dólar e Ibovespa: 04/11/22

Bitcoin: R$ 108.433,47 Reais e US$ 21.169,40 Dólares.

Dólar comercialR$ 5,0590
Dólar turismoR$ 5,2402
Dólar ptaxR$ 5,0360
Euro comercialR$ 5,04
Euro turismoR$ 5.2904

O dólar tombou nesta sexta-feira a seu patamar mais fraco em mais de dois meses, aproximando-se da marca de 5 reais, acompanhando a fraqueza da divisa norte-americana no exterior em meio a expectativas de relaxamento de restrições sanitárias na China e a dados de emprego mistos nos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, a manutenção de ingressos de recursos estrangeiros no Brasil após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi uma pressão adicional para o dólar, que registrou nos dias que se seguiram ao segundo turno presidencial no domingo seu pior desempenho semanal desde o final de julho.

O dólar à vista caiu 1,36% nesta sexta, a 5,0524 reais, menor patamar para encerramento desde 29 de agosto(5,0330). Na semana, que foi encurtada por feriado nacional na quarta-feira, a moeda norte-americana despencou 4,71%, maior queda desde o período findo em 29 de julho (-5,91%).

Colaborando para o apetite por risco global nesta sessão, a China fará mudanças substanciais em sua política de "Covid-zero" nos próximos meses, disse uma ex-autoridade de controle de doenças do país em uma conferência organizada pelo Citi, de acordo com uma gravação da sessão ouvida pela Reuters.

Os preços do petróleo saltaram em meio ao otimismo sobre a China, assim como outras commodities importantes, como o minério de ferro. Isso impulsionou várias moedas sensíveis a esse tipo de produto, como dólar australiano e rand sul-africano, que ganhavam cerca de 3% nesta tarde.

Enquanto isso, nos EUA, dados mostraram que empregadores do país contrataram mais trabalhadores do que o esperado em outubro, mas o aumento da taxa de desemprego para 3,7% sugere algum afrouxamento nas condições do mercado de trabalho, o que permitiria ao Federal Reserve passar a adotar aumentos menores da taxa de juros a partir de dezembro.

Várias autoridades do banco central norte-americano disseram nesta sexta que estão abertas a desacelerar o ritmo de aperto monetário, embora algumas tenham alertado para a possibilidade de o patamar final dos juros ficar acima do que o esperado pelos mercados, ecoando mensagem recente do chair do Fed, Jerome Powell.

Na esteira dos dados de emprego e dos comentários de autoridades de política monetária, o índice que compara o dólar a uma cesta de pares fortes despencava 1,9% nesta sessão.

Já na cena doméstica, alimentou a força do real nesta sexta e no acumulado da semana o início de uma transição de poder mais "saudável" do que os mercados temiam após o resultado das eleições presidenciais, disse à Reuters Gustavo Sung, economista chefe da Suno Research.

Alguns investidores também têm atribuído a boa reação dos mercados ao resultado da eleição à visão benigna de agentes estrangeiros sobre a agenda de Lula, muito mais alinhada à governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês) do que a do atual presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com Sung, o foco do mercado deve ficar a partir de agora nas discussões em torno da "PEC da transição", que sugerirá exceções à regra do teto de gastos no ano que vem para garantir o cumprimento de promessas de campanha do presidente eleito, bem como nas especulações sobre quem chefiará a pasta econômica de Lula.

Com o risco de uma "bomba fiscal" para 2023, a indicação de um ministro da Fazenda que traga uma "âncora de credibilidade" para os mercados é essencial para acalmar temores sobre a agenda econômica do próximo governo e pode ter impacto positivo sobre os ativos brasileiros, disse o economista da Suno.

A Santander Asset disse em relatório desta sexta-feira que o "ambiente econômico (brasileiro) se mostra mais construtivo para o momento pós-eleições".

A inflação brasileira vem dado sinais de arrefecimento e o Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75% em suas duas últimas reuniões. Agentes do mercado notam esse cenário como um fator de impulso para os ativos do Brasil, principalmente na comparação com economias desenvolvidas, que estão sofrendo com uma pressão de preços persistente e um aperto monetário intenso ainda em andamento.

A Santander (BVMF:SANB11) Asset espera que o dólar encerre tanto este ano quanto o próximo em 5,10 reais.

O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, estimulado pelo salto das ações da Vale, em meio a expectativas de alívio nas restrições contra a Covid na China. A sessão também foi marcada por dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos e noticiário corporativo intenso, com Petrobras sob os holofotes.

Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa subiu 1,08%, a 118.155,46 pontos, acumulando um avanço de 3,16% na semana. Na máxima do dia, chegou a 120.039,37 pontos. O volume financeiro no pregão somava 39,5 bilhões de reais.

Apostas de saída da China da estratégia Covid-zero no começo de 2023 voltaram a embalar mercados, mesmo com Pequim refutando recentes rumores nesse sentido, após a Bloomberg publicar que o governo chinês tem um plano para retirar suspensões de voos por causa do vírus.

Uma mudança da China nesse sentido tende a favorecer principalmente commodities, o que explica a disparada de papéis da Vale, uma vez que retiraria um dos componentes negativos para o cenário da atividade econômica global.

Investidores também conferiram números de outubro do mercado de trabalho dos EUA, com criação de vagas acima das expectativas e acréscimo ligeiramente maior do que previsto no ganho médio por hora, embora a taxa de desemprego tenha avançado.

Para economistas da Genial Investimentos, os dados oferecem sinais mistos para a decisão do Federal Reserve em dezembro.

"Esse cenário contribui para aumentar a incerteza quanto à magnitude do aumento da taxa de juros, deixando indefinida se a próxima alta será de 50 ou 75 pontos-base", disseram, lembrando que antes da próxima decisão haverá mais dados de emprego.

Por aqui, movimentações sobre transição de governo seguiram no radar. A perspectiva majoritária de que não terá sobressaltos endossou o viés comprador. A principal questão no mercado é sobre quem será o ministro da Fazenda.

O movimento mais positivo na B3 (BVMF:B3SA3) também tem como pano de fundo compras por estrangeiros, passada a eleição. Nos dois primeiros pregões da semana, as compras feitas por não residentes na B3 superaram as vendas em 2,4 bilhões de reais.

Ainda assim, a equipe da Santander (BVMF:SANB11) Asset manteve visão neutra para a bolsa brasileira, citando desafios no campo da inflação e do menor crescimento da economia no cenário global.

Eles avaliaram que o nível de preços no Brasil continua atrativo e o final do ciclo de alta dos juros pode sustentar o movimento positivo, mas destacaram que "as definições de política econômica do próximo governo ainda devem trazer ruídos", conforme relatório a clientes.

DESTAQUES

- VALE ON (BVMF:VALE3) disparou 7,59%, a 72,25 reais, com alta dos futuros de minério de ferro, solidificando ganhos semanais. No setor de mineração e siderurgia, USIMINAS PNA (BVMF:USIM5) avançou 7,65%, CSN ON (BVMF:CSNA3) saltou 6,34% e GERDAU PN (BVMF:GGBR4) valorizou-se 4,58%.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) caiu 5,51%, a 28,3 reais, mesmo com o avanço petróleo no exterior e alta de 48% no lucro da empresa do terceiro trimestre. O Ministério Público pediu a suspensão do pagamento de dividendos da companhia. O Goldman Sachs (NYSE:GS) já havia cortado a recomendação das ações, citando aumento da incerteza em torno das políticas a serem adotadas nos próximos anos.

- ALPARGATAS PN (BVMF:ALPA4) desabou 15,37%, a 18,89 reais, após a dona da Havaianas reportar queda no lucro trimestral, afetado pela participação na norte-americana Rothy's. O resultado mostrou recuo na margem bruta e no volume de vendas no Brasil. A empresa afirmou estar mais cautelosa com o último trimestre do ano em razão do cenário macro no país.

- AMBEV ON (BVMF:ABEV3) subiu 2,68%, a 16,45 reais. O JPMorgan (NYSE:JPM) afirmou que a fabricante de bebidas vem conseguindo manter consistentes aumentos de preços, superando a concorrência sem sacrificar volumes. "O cenário de forte demanda no horizonte devido às atividades de final de ano, incluindo a Copa do Mundo e a melhora do clima, reforçam nossa classificação 'overweight' para Ambev", escreveram.

- BRASKEM PNA (BVMF:BRKM5) tinha elevação de 3,38%, a 33,33 reais. Na véspera, a companhia disse que seu controlador Novonor avisou sobre o início do processo para venda de até a totalidade da participação acionária na petroquímica. Mas afirmou que não há ainda nenhuma concessão de exclusividade para interessados.

- GPA ON perdeu 8,75%, a 20,55 reais, após o dono do Pão de Açúcar (BVMF:PCAR3) mais do que triplicar o prejuízo trimestral. Em teleconferência, executivos da do GPA afirmaram esperar melhora das margens nos próximos anos, com otimização logística, de estoques e administrativas, bem como mudanças nas lojas.

- LOJAS RENNER ON (BVMF:LREN3) cedeu 4,23%, a 29,18 reais, mesmo após alta de 50% no lucro líquido do terceiro trimestre, uma vez que o crescimento de vendas em mesmas lojas desacelerou, afetadas pelo clima mais frio. Executivos da companhia afirmaram que esperam que as vendas de novembro e dezembro, impulsionadas por Black Friday e Natal, ajudem a varejista de moda a ter resultados próximos das suas estimativas.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) valorizou-se 0,36%, a 30,35 reais, e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) cedeu 1,07%, a 19,4 reais.

- MERCADO LIVRE (NASDAQ:MELI) (BVMF:MELI34) saltou 7,77%, a 938,57 dólares, em Nova York, após reportar alta no lucro no terceiro trimestre, em desempenho acima das expectativas do mercado, uma vez que o crescimento do seu braço de fintech compensou uma desaceleração no negócio de comércio eletrônico. O Credit Suisse (SIX:CSGN) elevou o preço-alvo da ação de 1.400 a 1.450 dólares.

- STONECO perdeu 10,2%, a 10,81 dólares, após anunciar que Pedro Zinner assumirá a presidência-executiva da companhia de meios de pagamento. Thiago Piau, que lidera a empresa desde 2017, vai para o conselho de administração. Zinner já era membro do conselho da StoneCo (NASDAQ:STNE) (BVMF:STOC31).

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