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sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Mercado financeiro Dólar e Ibovespa: 18/11/22

Bitcoin: R$ 89.630,22 Reais e US$ 16.661,60 Dólares.

Dólar comercialR$ 5,3737
Dólar turismoR$ 5,5688
Dólar ptaxR$ 5,3477
Euro comercialR$ 5,55
Euro turismoR$ 5.8293


 

O dólar caiu frente ao real nesta sexta-feira, revertendo avanço registrado na véspera após tentativas do governo eleito de tranquilizar os mercados quanto ao risco de descontrole fiscal na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

A moeda norte-americana à vista caiu 0,58%, a 5,3750 reais na venda, mas fechou bem acima da mínimas do dia, depois de mais cedo ter chegado a ceder 1,45%, a 5,3280 reais.

A queda veio depois de, na véspera, o dólar ter disparado acima de 5,50 reais nos picos da sessão em resposta à minuta da PEC da Transição. O texto apresentado pelo governo eleito nesta semana embutiu proposta de excepcionalizar 175 bilhões de reais do teto de gastos para o pagamento do Bolsa Família por tempo indeterminado.

Diante da reação adversa de investidores ao desenho da PEC, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin afirmou na quinta-feira que a reação do mercado é momentânea e será superada, e garantiu que o governo Lula vai discutir um novo arcabouço fiscal em algum momento.

"Isso de certa forma ajudou a acalmar um pouco o mercado, indicou que o governo (eleito) pode ter entendido o recado de que não era para cometer erros no campo fiscal", disse à Reuters Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, sobre a queda do dólar nesta sexta-feira.

"A perspectiva de que o Congresso desidrate e eventualmente possa deixar o prazo (da PEC) mais determinado ajudou também", acrescentou o especialista.

Fontes envolvidas nas negociações da PEC ouvidas pela Reuters disseram que aliados do novo governo admitem que terão de ceder durante as negociações do texto e definir um prazo da exceção ao teto para que a proposta avance a tempo de ser promulgada pelo Congresso ainda neste ano.

O Citi disse nesta sexta-feira que espera que PEC da Transição seja diluída durante sua tramitação no Congresso, juntando-se a um coro de instituições financeiras. No entanto, o banco ainda piorou suas projeções para indicadores fiscais do Brasil.

Izac, da Nexgen, também atribuiu a baixa do dólar neste pregão a um movimento técnico de realização de lucros após salto recente.

Limitando a recuperação do real nesta sexta-feira, a falta de definição sobre quem chefiará a pasta econômica do novo governo mantinha vivas as especulações de que Lula poderia indicar ao cargo de ministro da Fazenda um nome inclinado a medidas fiscais heterodoxas aos olhos do mercado. Três fontes disseram à Reuters na quarta-feira que o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad está sendo visto como o favorito do presidente eleito para comandar a pasta.

"Isso está totalmente ligado a como será a política fiscal. O mercado espera que tenhamos um nome mais técnico e menos político, então, quando vimos burburinhos sobre Haddad, o mercado reagiu negativamente", avaliou Izac.

Na semana, sua segunda consecutiva de ganhos, o dólar avançou 0,85% frente ao real.

O Ibovespa devolveu os ganhos que ensaiou nos melhores momentos do dia e emendou a terceira perda consecutiva em quatro sessões na semana, nas quais a retração foi a 3,01% no acumulado até esta sexta-feira, 18, após tombo de 5% no intervalo anterior. Com a baixa de 0,76%, aos 108.870,17 pontos no fechamento da sessão, a referência da B3 (BVMF:B3SA3) eleva a 6,18% o recuo no mês, que limita o avanço do ano a 3,86%. Hoje, em dia de vencimento de opções sobre ações, o índice oscilou entre mínima de 108.511,71 e máxima de 111.584,86, saindo de abertura aos 109.706,43 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 33,4 bilhões nesta sexta-feira. Desde ontem, o Ibovespa permanece no menor nível de fechamento desde 29 de setembro.

Hoje, a retração nas ações de Petrobras (BVMF:PETR4) (ON -1,84%, PN -1,69%) e Vale (BVMF:VALE3) (ON -2,73%) se impôs ao Ibovespa, que não contou com o sinal único de outro setor de peso, o financeiro, ao longo da tarde. Ao fim, as ações de grandes bancos mostravam leve alta, inferior a 1%, à exceção de BB (BVMF:BBAS3) ON (-0,35%) e de Santander (BVMF:SANB11) (Unit -0,18%). Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque para São Martinho (BVMF:SMTO3) (+10,26%), Raízen (BVMF:RAIZ4) (+4,09%), Qualicorp (BVMF:QUAL3) (+3,44%) e Hapvida (BVMF:HAPV3) (+3,27%), com IRB (BVMF:IRBR3) (-8,64%), Via (BVMF:VIIA3)(-8,30%), Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) (-7,08%) e Americanas (BVMF:AMER3)(-4,86%) no lado oposto.

A expectativa de queda para o Ibovespa continuou crescendo no Termômetro Broadcast Bolsa e atingiu 50,00% do universo de participantes na edição desta sexta-feira. A fatia dos que esperam desempenho negativo vem subindo nas últimas três pesquisas: era de 40,00% na da semana passada e de 18,18% na anterior. Os que esperam alta são 40,00%, mesmo porcentual do último levantamento. A estimativa de estabilidade caiu de 20,00% para 10,00%.

Na tarde desta sexta-feira, o Ibovespa se firmou em terreno negativo, acompanhando perda de fôlego em Nova York (ao final, contudo, em sinal único, positivo) e o prosseguimento da correção no petróleo, com o Brent negociado na casa de US$ 87 por barril e o WTI, de US$ 79, o que pressionou em especial as ações de Petrobras.

Apesar do leve ganho no fechamento desta sexta-feira, a semana foi negativa também para as três referências de Nova York. Mas a distância entre o desempenho de Wall Street e da B3 segue ampla no mês: perdas até aqui de 6,18%, em São Paulo, contra ganhos entre 1,44% (Nasdaq) e 3,09% (Dow Jones) por lá, em novembro. A receita para a distância continua atrelada às dúvidas sobre o comportamento das contas públicas no próximo ano, com o 'waiver' de cerca de R$ 200 bilhões proposto pelo futuro governo na PEC da Transição para cumprir promessas de campanha.

No início da tarde, o relato de que o ex-ministro da Educação e candidato derrotado ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, voltou a ganhar força para o ministério da Fazenda chegou a pesar também na curva de juros, com os investidores ainda na defensiva quanto ao sinal da política fiscal no próximo ano. Após o desgaste produzido pelas discussões sobre a PEC da Transição, eventual confirmação de político muito próximo a Lula no comando da Economia seria um abalo a mais para o mercado. Os investidores vão colocando de lado a expectativa inicial por um nome de perfil técnico, mas seguem temendo a alternativa extrema, de alguém que possa vir a favorecer uma guinada populista na condução das contas públicas.

"O mercado acionário tem sido orientado pela PEC da Transição e por sinalizações para a economia, sob a gestão de Lula, para 2023. O estresse ganhou proporção relevante desde a semana passada, com ganhos na casa de 10% para o Ibovespa no ano, logo após a eleição, sendo reduzidos agora para a faixa de 4%, e Bolsa abaixo de 110 mil pontos, nível considerado como uma linha psicológica", diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos. "É um momento de ponderação, com a discussão sobre as contas públicas resultando em aumento dos prêmios de risco", acrescenta.

"Na abertura de hoje, houve certo alívio, com EWZ, o ETF de Brasil lá fora, subindo 2,5%, o real se valorizando e queda nos juros longos - além da alta do Ibovespa futuro, refletindo também a posição do Geraldo Alckmin (vice eleito), mais fiscalista (do que o futuro governo vem sinalizando)", aponta Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, destacando também os sinais do Congresso no sentido de enxugamento da PEC ao longo da tramitação da proposta, o que se refletiu no "ralizinho" de ativos brasileiros observado pela manhã. "Mas ainda continuamos num nível de incerteza grande", ressalva o economista.
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