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segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Mercado financeiro Dólar e Ibovespa: 31/10/22

Bitcoin: R$ 106.902,75 Reais e US$ 20.431,70 Dólares.

Dólar comercialR$ 5,1654
Dólar turismoR$ 5,3902
Dólar ptaxR$ 5,2570
Euro comercialR$ 5,11
Euro turismoR$ 5.3603


O dólar caiu quase 2,6% nesta segunda-feira e registrou a menor cotação para encerramento em dez dias, com investidores reagindo positivamente à redução de temores sobre possível contestação do resultado das eleições presidenciais, depois que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), chefes de várias instituições brasileiras e líderes internacionais reconheceram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no pleito de domingo.

A moeda norte-americana à vista fechou em baixa de 2,59%, a 5,1652 reais na venda, maior depreciação percentual diária desde o último dia 3 (-4,03%) e cotação mais baixa para encerramento desde o dia 21 passado.

O tombo desta sessão fez o dólar aprofundar as perdas em outubro, mês marcado por aumento da volatilidade devido ao processo eleitoral, para 4,24% --maior queda mensal desde maio passado (-3,83%).

O dólar abriu em forte alta nesta segunda-feira, e chegou a saltar 2% nos primeiros negócios, a 5,4088 reais, mas foi perdendo força ao longo do dia em meio à percepção de relativa tranquilidade no cenário pós-eleitoral.

Investidores temiam que Bolsonaro desafiasse o resultado de domingo, já que vinha atacando há meses a credibilidade das urnas eletrônicas e do processo eleitoral como um todo, mas até agora o presidente não se pronunciou, enquanto vários de seus apoiadores reconheceram a legitimidade da vitória de Lula.

Bolsonaro (PL) fará um pronunciamento nesta segunda-feira à tarde, disse à Reuters o presidente em exercício do PP, deputado federal Cláudio Cajado (BA), em meio à expectativa de que o presidente possa reconhecer a derrota nas urnas.

Por trás da forte queda do dólar e da resiliência do Ibovespa, que fechou em alta de mais de 1% nesta sessão, alguns investidores também citaram a falta de surpresas em relação ao resultado eleitoral.

"Muita coisa já estava no preço", disse à Reuters Paulo Cunha, especialista em mercado financeiro e fundador da iHUB Investimentos. "Era auferida uma probabilidade maior de o Lula de fato levar essa eleição, desde a semana passada."

Alguns participantes do mercado disseram à Reuters que também colaborou para o enfraquecimento do dólar a percepção positiva de agentes internacionais sobre Lula, cuja agenda é vista como muito mais alinhada à governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês) do que a de Bolsonaro.

"A gente sabe que nos últimos anos a questão ESG é algo que vem se tornado um tema super relevante, que tem influenciado a decisão de grandes investidores, então isso pode gerar no mercado uma expectativa de que esse fluxo vai vir" para o Brasil após a vitória de Lula, explicou Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos.

Ele também citou preferência de agentes estrangeiros pelo histórico diplomático de Lula na comparação com o de Bolsonaro.

Passado o resultado das eleições presidenciais, com a confirmação de que não haverá grandes turbulências políticas, a indicação de Lula para a chefia de sua pasta econômica passa a ser uma das principais prioridades do mercado, principalmente em meio a temores persistentes sobre o futuro das regras fiscais do país.

"Eu acho que vai ser super importante o Lula dar algum direcionamento sobre qual vai ser a sua equipe ministerial, quem vai ser o ministro da Economia", disse Villegas. "Hoje o mercado precifica o fluxo que pode surgir, mas não vai adiantar nada (Lula) indicar algum nome que não agrade os investidores ou que possa, digamos, fazer com que o mercado relembre decisões erradas que foram tomadas" durante governos anteriores do PT, opinou o estrategista.

A Fitch Ratings disse nesta segunda-feira que a vitória de Lula provavelmente não resultará numa grande mudança na política macroeconômica do Brasil, mas avaliou que essa perspectiva depende de sinais mais claros sobre sua agenda fiscal.

Já a agência de classificação de risco Moody's avaliou que a eleição do petista por uma margem apertada no segundo turno afasta o risco de retirada dos esforços de consolidação fiscal por parte do próximo governo ou de reversão de reformas estruturais já aprovadas.

O Ibovespa fechou no azul nesta segunda-feira, no primeiro dia após Luiz Inácio Lula da Silva vencer a corrida presidencial, diante da percepção de menor risco de contestação do resultado, que ofuscou a forte queda de Petrobras e Banco do Brasil.

Investidores também deram o benefício da dúvida a Lula quanto à formação de seu ministério, em particular quem ocupará a pasta da Fazenda, bem como acerca de suas políticas econômicas, em particular a fiscal.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,31%, a 116.037,08 pontos, em sessão volátil, em que chegou a 112.113,34 pontos na mínima (-2,12%) e 116.763,47 pontos na máxima (+1,94%).

O volume financeiro somou 47 bilhões de reais, bem acima da média diária do mês, de 33,7 bilhões de reais.

Com tal resultado, o Ibovespa acumulou uma alta de 5,45% em outubro, mês marcado por forte volatilidade por causa do processo eleitoral, além de expectativas ligadas aos movimentos do banco central norte-americano para a taxa de juros dos Estados Unidos. Em 2022, o índice acumula ganho de 10,66%.

Lula derrotou o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da disputa presidencial no domingo e voltará à Presidência pela terceira vez, impondo uma inédita derrota nas urnas a um ocupante do Palácio do Planalto que buscava um segundo mandato - mesmo que por uma margem bastante apertada.

Políticos aliados a Bolsonaro se manifestaram em reconhecimento à vitória de Lula nas urnas, o que trouxe algum alívio quanto à possibilidade de uma extensão do processo eleitoral, mesmo com Bolsonaro não tendo se manifestado desde a confirmação do resultado.

"Na falta de um evento tipo Capitólio, houve um alívio", pontuou o gestor de renda variável da Franklin Templeton, Frederico Sampaio, referindo-se à invasão do Capitólio dos Estados Unidos por apoiadores do então presidente dos EUA, Donald Trump, após ele perder a eleição para Joe Biden.

"Tinha um grande receio, principalmente dos estrangeiros."

A expectativa é de que o mandatário quebre o silêncio ainda nesta segunda-feira, enquanto diversos chefes de Estados estrangeiros, incluindo os presidentes dos Estados Unidos e da China, já reconheceram a vitória de Lula, que assumirá em 1º de janeiro para seu terceiro mandato.

"Ninguém no mercado espera nada de especial do Bolsonaro", afirmou o estrategista-chefe da casa de análise Inv, Rodrigo Natali, afirmando que a expectativa é de que o presidente reconheça a vitória de Lula. Mesmo o movimento de caminhoneiros, acrescentou, parece não estar incomodando muito os investidores.

Caminhoneiros favoráveis a Bolsonaro interromperam ou prejudicaram o fluxo de veículos em algumas rodovias do país, nesta segunda-feira, em um movimento sem liderança clara e que não contava com a adesão de toda a categoria.

A atenção agora se volta ao anúncio do ministério de Lula, particularmente a equipe econômica. A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, disse que o partido começa a montar nesta semana a equipe de transição, com a indicação de quem coordenará o time que preparará a formação do novo governo.

Na visão do sócio e estrategista da Meta Asset, Alexandre Póvoa, a vitória de Lula a princípio só traz risco às estatais, porque ele mesmo falou que vai acabar com a paridade de preços na Petrobras e fará do Banco do Brasil um indutor de crédito e crescimento.

Além disso, acrescentou, com a composição do Congresso bem à centro-direita e dos governadores dos Estados mais importantes na oposição, não há como Lula não ser obrigado a migrar para o centro, enquanto o Banco Central independente garante uma transição tranquila na política monetária.

"Resta saber quem vai ser o ministro da Economia e sua política fiscal. E nesse ponto, o mercado está dando o benefício da dúvida", afirmou Póvoa, destacando, ainda, que o estrangeiro prefere Lula a Bolsonaro.

Não está descartada, porém, a chance de a volatilidade continuar elevada na bolsa paulista, conforme forem sendo divulgados primeiros nomes e políticas da equipe de Lula.

Nos Estados Unidos, Wall Street teve um dia negativa, com o foco do mercado se voltando para a reunião do Federal Reserve desta semana, com o S&P 500 caindo 0,75% no dia, mas valorizando-se quase 8% no antepenúltimo mês do ano.

Destaques

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) caiu 8,47%, a 29,81 reais, e PETROBRAS ON (BVMF:PETR3) recuou 7,04%, a 33,26 reais, refletindo percepção de aumento de incertezas sobre as estratégias de companhia com a eleição de Lula. O JPMorgan (NYSE:JPM) cortou a recomendação das ações. A sessão também teve ruídos sobre potencial nome para presidir a estatal.

- BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) cedeu 4,64%, a 37,02 reais, afetada por receios sobre as políticas públicas futuras. Entre os privados, ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) avançou 2,91%, a 30,4 reais, e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) evoluiu 2,74%, a 19,86 reais.

- GOL PN (BVMF:GOLL4) disparou 8,83%, a 9,61 reais, e AZUL PN (BVMF:AZUL4) saltou 8,91%, a 16,13 reais, apoiadas pela forte queda do dólar. No setor de viagens, CVC BRASIL ON (BVMF:CVCB3) valorizou-se 9,63%,

- ALPARGATAS PN (BVMF:ALPA4) subiu 9,04%, a 21,96 reais, tendo no radar o balanço trimestral no próximo dia 3, em dia de forte alta do setor de consumo, com a perspectiva de políticas voltadas para a melhora da renda no país. Lula prometeu reajustar o salário mínimo acima da inflação.

- YDUQS ON (BVMF:YDUQ3) avançou 5,42%, a 16,13 reais, e COGNA ON (BVMF:COGN3) terminou com elevação de 3,46%, a 3,29 reais, apoiadas nas promessas de Lula de fortalecer a educação no país.

- VALE ON (BVMF:VALE3) fechou em queda de 0,47%, a 67,13 reais, após trocar de sinal mais de uma vez, e após queda dos preços do minério de ferro na Ásia.

- B3 ON (BVMF:B3SA3) avançou 6,06%, a 15,04 reais, engatando a terceira alta seguida.

- TAURUS PN (BVMF:TASA4)caiu 4,67%, a 14,89 reais, uma vez que o presidente de saída é um grande defensor de políticas para armar a população, flexibilizando inclusive o acesso às armas, enquanto Lula.
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