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quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Mercado financeiro Dólar e Ibovespa: 26/10/22

Bitcoin: R$ 110.421,95 Reais e US$ 20.757,70 Dólares.

Dólar comercialR$ 5,3806
Dólar turismoR$ 5,5784
Dólar ptaxR$ 5,3248
Euro comercialR$ 5,42
Euro turismoR$ 5.695


O dólar avançou pelo terceiro pregão seguido frente ao real nesta quarta-feira, ao maior patamar em quase um mês, com investidores buscando proteger suas carteiras antes da acirrada eleição presidencial de domingo, mesmo diante de forte depreciação da moeda norte-americana no mercado internacional.

A divisa dos Estados Unidos negociada no mercado à vista ganhou 1,16%, a 5,3821 reais na venda, maior cotação de fechamento desde 30 de setembro (5,3941 reais). O real teve, de longe, o pior desempenho entre uma cesta de moedas globais nesta quarta-feira.

Depois de avançar nos três primeiros pregões da semana, o dólar acumula salto de 4,52% em relação ao encerramento da última sexta. No mês, a moeda norte-americana ainda cai tímidos 0,22%.

Pesquisas Genial/Quaest e PoderData divulgadas nesta quarta-feira mostraram melhora no desempenho de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação a Jair Bolsonaro (PL) quanto às intenções de voto para o segundo turno das eleições, embora dentro da margem de erro, frustrando investidores que, na semana anterior, haviam reagido positivamente ao crescimento do atual presidente nas sondagens.

"É mais no sentido de, se Lula ganhar, o que vai acontecer com o país? Quem ele vai colocar no Ministério da Economia? Qual vai ser o compromisso fiscal que o governo virá a ter?", disse Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, sobre a depreciação dos ativos brasileiros.

"O atual presidente vitorioso traria a continuidade de medidas econômicas que o mercado já conhece", afirmou Izac, acrescentando que o aumento da vantagem de Lula nas pesquisas é motivo de preocupação.
A reta final da corrida eleitoral tem sido conturbada. No último domingo, o apoiador de Bolsonaro e ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) atacou policiais federais que cumpriam mandato de prisão, enquanto, na segunda-feira, o atual presidente afirmou, sem provas, que rádios do país não têm veiculado adequadamente as inserções eleitorais, supostamente favorecendo Lula.

Já o petista voltou a dizer nesta semana que não anunciará sua equipe econômica antes de ganhar o segundo turno da eleição, contrariando o desejo do mercado por maior previsibilidade em caso de vitória do Lula.
Com o foco na corrida ao Planalto, o dólar negociado no mercado doméstico destoou completamente do comportamento da moeda norte-americana no exterior, onde seu índice frente a uma cesta de pares fortes despencava mais de 1% nesta tarde.

Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), notou o recente descolamento do real em relação ao exterior, mas disse ainda acreditar que "o Brasil é a melhor escolha para muitos investidores em mercados emergentes."

"Os mercados estão nervosos sobre uma transição ordenada de poder, não importa quem vença. Assim que conseguirmos isso, o real brasileiro vai disparar", disse ele em publicação no Twitter.

Izac, da Nexgen, previu "muita volatilidade" no mercado de câmbio tanto nos próximos dois dias quando nos primeiros momentos após o resultado do segundo turno, mas também espera que, passado o período de "digestão" das eleições, o real possa voltar a se apreciar de maneira mais expressiva.

Ele diz que essa expectativa se baseia nos fundamentos econômicos do Brasil, que oferece uma taxa de juros atraente para investidores estrangeiros.
Ao mesmo tempo, a maior clareza dos mercados sobre qual será a taxa de juros dos EUA ao fim do seu ciclo de aperto, após meses de incerteza sobre até onde o Federal Reserve levaria os custos dos empréstimos, joga a favor de uma redução da instabilidade nos mercados globais, podendo favorecer o real à frente, disse Izac.

Operadores esperam agora que o juro básico norte-americano chegue a intervalo de 4,75% a 5% no pico do atual ciclo de aperto.

De volta ao Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central encerrará sua reunião de dois dias mais tarde nesta quarta-feira, e o consenso entre investidores é de que a autarquia manterá a taxa Selic em 13,75% ao ano.
"Mais importante do que a esperada decisão serão os comunicados da autoridade monetária, pois assim teremos mais clareza sobre a visão do BC sobre inflação e possíveis futuras reduções de juros", comentou Felipe Steiman, gerente de desenvolvimento de negócios da B&T Câmbio.

O Ibovespa fechou em queda pelo terceiro pregão seguido nesta quarta-feira, com agentes financeiros ajustando as últimas posições antes do desfecho da eleição presidencial no domingo e diante de um viés mais negativo em Wall Street.

Balanços corporativos também repercutiram no pregão, com Weg disparando após resultado acima do esperado, enquanto Santander Brasil figurou entre as maiores quedas após frustrar as expectativas dos investidores.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,62%, a 112.763,79 pontos, somando uma perda de quase 6% na semana.

De acordo com o sócio-diretor da Pronto! Investimentos, Marcelo Castro, o mercado está reprecificando as apostas após episódios recentes abalarem o entusiasmo com as chances de reeleição de Bolsonaro.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno, mas na semana passada pesquisas eleitorais mostrando um estreitamento na diferença entre ambos estimulou certa euforia, beneficiando particularmente ações de estatais.
Mas o ataque do ex-deputado Roberto Jefferson, apoiador de Bolsonaro, a policiais federais no domingo e uma melhora de Lula nas últimas pesquisas, mesmo que na margem de erro, assim como o risco de fraude eleitoral, desencadearam ajustes.

Nesse contexto, de acordo com Castro, agentes financeiros passaram a adotar um posicionamento mais defensivo, principalmente porque ainda não se sabe sobre a equipe econômica de um eventual governo de Lula.

"Ele tem próximo de si a turma do Plano Real, que é bem vista pelo mercado, mas também nomes como Aloizio Mercadante e Guido Mantega, que não agradam tanto", observou, destacando que, na dúvida, o mercado prefere se precaver para um cenário pior.
Na visão do superintendente da Necton/BTG Pactual, Marco Tulli, o foco está bastante em cima do mercado doméstico, com a disputa bastante acirrada entre os candidatos à Presidência e dúvidas sobre como será a governabilidade em 2023.

"Diante de alguns desconfortos, o mercado realizou rapidamente", observou.
No exterior, as bolsas em Nova York tiveram um fechamento misto, com o Nasdaq caindo 2% após resultados e alertas de empresas como Microsoft (NASDAQ:MSFT) e Alphabet (NASDAQ:GOOGL). O S&P 500 recuou 0,74% e o Dow Jones terminou quase estável.

Ainda nesta quarta-feira, o Banco Central no Brasil divulgará sua decisão de política monetária, e as atenções estarão voltadas principalmente para o comunicado, uma vez que não se espera mudança na Selic, atualmente em 13,75% ao ano.

DESTAQUES

- WEG ON (BVMF:WEGE3) disparou 8,36%, a 37,98 reais, tendo tocado máxima em cerca de um ano, após a empresa reportar salto de mais de 40% no lucro do terceiro trimestre, citando demanda consistente, resultado que superou as projeções do mercado. "A Weg apresentou um crescimento de receita forte e de alta qualidade", afirmaram analistas do Citi. O Bradesco BBI elevou o preço-alvo das ações após o resultado.

- SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) caiu 5,26%, a 28,47 reais, após o banco reportar lucro do terceiro trimestre abaixo das expectativas, marcado por aumento de provisões para perdas com empréstimos. "Não foi um bom começo de temporada de resultados para os bancos", afirmou o BTG Pactual (BVMF:BPAC11). ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) perdeu 2,14% e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) cedeu 4,36%. BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3), que também reflete expectativas eleitorais, recuou 3,54%.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) fechou em baixa de 2,45%, a 32,71 reais, mesmo com a alta dos preços do petróleo. Investidores continuam pesando os potenciais cenários para a petrolífera de controle estatal a depender do resultado das eleições. Em três pregões, a ação acumula declínio de cerca 13%, mas ainda sobe quase 10% em outubro e 71,5% no ano.

- VALE ON (BVMF:VALE3) subiu 2,22%, a 73,53 reais, amenizando as perdas do Ibovespa, mesmo com o declínio dos preços do minério de ferro na China, tendo no radar o resultado trimestral da mineradora previsto para quinta-feira à noite.

- MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) desabou 8,86%, a 3,91 reais, após recuperação na véspera, ampliando a cerca de 28% a perda desde a máxima do mês. O Bank of America (NYSE:BAC) cortou o preço-alvo do papel de 9 para 8 reais, vendo contração adicional no e-commerce e fraqueza maior em plataformas voltadas para tíquetes maiores e consumidores de baixa renda. No setor, VIA ON (BVMF:VIIA3) caiu 7,59% e AMERICANAS ON (BVMF:AMER3) recuou 5,86%.

- LOCAWEB ON (BVMF:LWSA3) tombou 10,12%, a 9,33 reais, com o dia negativo para ações de tecnologia nos EUA disparando realização de lucros. Até a véspera, a ação acumulava alta de mais de 15% em outubro. POSITIVO ON (BVMF:POSI3) cedeu 8,56%, na terceira queda seguida, a 11 reais, mínima desde agosto.

- TELEFÔNICA BRASIL (BVMF:VIVT3) ON valorizou-se 0,78%, a 39,91 reais, após a companhia reportar crescimento no lucro do terceiro trimestre para 1,4 bilhão de reais, com expansão de 15% na receita líquida de telefonia móvel. "A Vivo reportou resultados sólidos com recuperação de margem consistente e uma recuperação sólida no lucro líquido", afirmaram analistas da XP (BVMF:XPBR31). No setor, TIM ON (BVMF:TIMS3) cedeu 0,32%.

- NEOENERGIA ON (BVMF:NEOE3) subiu 1,62%, a 16,27 reais, após fechar o terceiro trimestre com lucro de 1,5 bilhão de reais, alta de 17% ano a ano, com expansão dos projetos de geração renovável de energia, além da boa performance das distribuidoras do grupo. A companhia afirmou que quer atrair investidor para ativos de transmissão até junho de 2023. O papel foi uma das poucas altas do índice de energia elétrica na B3 (BVMF:B3SA3), que caiu 1,97%.
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