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terça-feira, 25 de outubro de 2022

Mercado financeiro Dólar e Ibovespa: 25/10/22

Bitcoin: R$ 105.784,69 Reais e US$ 20.100,60 Dólares.

Dólar comercialR$ 5,3179
Dólar turismoR$ 5,5187
Dólar ptaxR$ 5,3091
Euro comercialR$ 5,30
Euro turismoR$ 5.5649


 

O dólar avançou nesta terça-feira, em meio a cenário eleitoral doméstico tenso, mas fechou bem abaixo dos maiores patamares da sessão, quando chegou a flertar com a marca de 5,36 reais, pressionado por movimento de procura por risco no exterior.

A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 0,37%, a 5,3206 reais na venda, depois de mais cedo ter saltado até 1,08%, a 5,3587 reais. No menor patamar do dia, atingido no início da tarde, o dólar chegou a cair 0,47%, a 5,2765 reais, antes de recuperar o fôlego ao longo das últimas horas de negociação.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:06 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,36%, a 5,3260 reais.

O afastamento do dólar ante os maiores níveis do pregão refletiu apetite por risco no mercado externo, disse Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora. Um índice que compara a divisa dos Estados Unidos a seis pares fortes recuava 0,9% nesta tarde, enquanto os principais índices de Wall Street fecharam em alta acentuada.

O mercado externo se agarrava a esperanças de que o Federal Reserve desacelerará seu ritmo de aperto monetário no final deste ano, em meio a sinais de que o banco central norte-americano está tendo sucesso em sua tentativa de esfriar a economia e conter a inflação mais alta em décadas. Dados desta terça-feira mostraram que os preços das moradias nos EUA recuaram em agosto numa base mensal, enquanto a confiança do consumidor norte-americano piorou em outubro.

Forneceu impulso adicional a ativos arriscados nesta terça-feira a redução da turbulência política no Reino Unido, um dos maiores centros financeiros do mundo, depois que Rishi Sunak se tornou o novo primeiro-ministro e reconduziu Jeremy Hunt ao cargo de ministro das Finanças.

Mas receios eleitorais domésticos impediram o dólar de fechar a sessão no vermelho frente ao real, e investidores alertavam para a perspectiva de muita volatilidade ao longo dos próximos dias.

Agravando um cenário eleitoral já tenso, a campanha à reeleição de Jair Bolsonaro (PL) afirmou, sem provas, que rádios do país não têm veiculado adequadamente as inserções eleitorais do atual presidente, supostamente favorecendo seu adversário no segundo turno da corrida pelo Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em resposta à denúncia, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, cobrou a apresentação de provas, alertando que uma falsa acusação poderá ser encarada como crime eleitoral.

"O novo episódio reforça a narrativa, já gestada por parte dos apoiadores do governo, de que as eleições seriam ilegítimas, abrindo espaço para um 'terceiro turno' a depender dos resultados do próximo domingo", disse a Levante Investimentos em relatório a clientes. "Nesse sentido, aumentam os riscos de ruídos políticos no pós-eleições, podendo prejudicar o desempenho dos ativos no curto prazo."

No domingo, o ataque do apoiador de Bolsonaro e ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) contra policiais federais já havia desencadeado uma onda de cautela no mercado local.

A essas tensões, soma-se a preocupação sobre a agenda fiscal do próximo governo. Lula, que ainda tem vantagem sobre Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto, voltou a se manifestar contra o teto de gastos e também disse que não anunciará sua equipe econômica antes de ganhar o segundo turno da eleição presidencial.

Tanto o petista quanto o atual presidente fizeram promessas de grandes gastos com programas sociais durante suas campanhas.

"Essa é uma das eleições mais conturbadas e mais acirradas da história do Brasil, então a gente não tem nenhum consenso sobre qual dos candidatos vai ganhar, e não sabe qual vai ser a postura fiscal do governo que ganhar", disse Renan Mazzo, chefe de câmbio da SVN Investimentos. Em meio à incerteza na reta final da campanha presidencial, a semana "tende a mostrar uma volatilidade muito grande", disse o especialista.

Uma medida da volatilidade implícita do real para os próximos três meses subiu nesta terça-feira para o nível mais alto desde o pregão que antecedeu o primeiro turno das eleições.

Após ter encerrado a última sexta-feira bem perto dos 120 mil pontos, com um ganho semanal de 7% que o reaproximou dos melhores níveis do ano, vistos no começo de abril, o Ibovespa recuou nesta terça pela segunda sessão, em ajuste mais discreto do que a perda de 3,27% colhida na terça-feira, a maior desde novembro passado. Ainda assim, nesta terça-feira, a referência da B3 (BVMF:B3SA3) fechou na mínima do dia, aos 114.625,59 pontos, em queda de 1,20% na sessão, na qual o giro financeiro foi a R$ 34,0 bilhões.

Na mesma sessão, os ganhos em Nova York chegaram a 2,25%, no Nasdaq. Na semana, o Ibovespa cede agora 4,42%, limitando o avanço do mês a 4,17%. No ano, o Ibovespa sobe 9,35%. Aqui, a incerteza sobre o desfecho da eleição, que tende a ser definido no domingo por margem apertada, soma-se à cautela com relação à economia chinesa, que ainda suscita dúvidas mesmo com a recente leitura sobre o PIB do país.

"A concentração de poder de Xi Jinping, visível na renovação de mandato, desperta dúvidas quanto a uma orientação ainda mais nacionalista, controladora e restritiva para empresas e a economia em geral, em especial daquelas listadas no exterior. É um fator de atenção por aqui, na medida em que setores como o de mineração e siderurgia, com peso na B3, têm exposição ao país", aponta Felipe Moura, sócio e analista de investimentos da Finacap.

Mas, para além do contexto externo em semana que traz agenda movimentada, com decisão de política monetária na zona do euro e divulgação do PIB americano, essas duas primeiras sessões do intervalo mostraram dinâmica própria na B3, desconectada em ambos os dias do sinal positivo que prevaleceu na segunda e terça-feira nos Estados Unidos e na Europa.

"Ainda que a semana tenha dados econômicos e balanços importantes, deve haver muita cautela nos próximos dias, para a eleição. O nome do jogo tende a ser volatilidade", acrescenta Moura, destacando a revogação parcial do otimismo do mercado visto na semana passada, momento em que o presidente Jair Bolsonaro parecia ganhar fôlego para a decisão do próximo domingo, dia 30.

"É improvável que isso aconteça, mas se houvesse sinal sobre quem seria o ministro da Fazenda de eventual governo Lula, isso poderia tranquilizar os investidores nesses dias que faltam para a eleição. Um nome como o do Meirelles agrada muito ao mercado (Henrique Meirelles, ex-presidente do BC e ex-ministro da Fazenda)", observa Moura.

Em meio à indefinição eleitoral, os gestores de recursos continuaram nesta terça-feira a reduzir a exposição das carteiras a Petrobras (BVMF:PETR4) e Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), estatais cujas ações haviam saltado entre 9% e 10% na semana passada com a expectativa de uma virada de Bolsonaro.

Nesta terça, Petrobras ON (BVMF:PETR3) e PN fecharam, respectivamente, em baixa de 1,50% e 2,10%, acumulando até aqui perda de 11,24% e 11,11% nessas duas primeiras sessões da semana - na anterior, haviam avançado, respectivamente, 11,87% e 12,87%.

Banco do Brasil ON, por sua vez, encerrou o dia em baixa de 1,72%, como na segunda na ponta negativa entre as ações das maiores instituições financeiras. Nesta segunda e terça-feira, as perdas acumuladas por BB ON chegam agora a 11,57%, após terem avançado 14,10% ao longo da semana passada.

Na ponta positiva do Ibovespa nesta terça-feira, destaque para Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) (+5,15%), Yduqs (BVMF:YDUQ3) (+4,61%), Embraer (BVMF:EMBR3) (+4,20%), Méliuz (BVMF:CASH3) (+3,74%), Cogna (BVMF:COGN3) (+2,78%) e MRV (BVMF:MRVE3) (+1,21%). No lado oposto, BRF (BVMF:BRFS3) (-11,24%), IRB (BVMF:IRBR3) (-7,22%), Azul (BVMF:AZUL4) (-7,06%), Carrefour (BVMF:CRFB3) Brasil (-5,95%) e Gol (BVMF:GOLL4) (-5,66%). Entre as blue chips, Vale (BVMF:VALE3) zerou o leve ganho que sustentou em boa parte da sessão e fechou sem variação, cotada a R$ 71,93 no encerramento, em dia em geral negativo para as ações de siderurgia, à exceção de Usiminas (BVMF:USIM5) (PNA +0,53%).

"O mercado externo segue em rali de alta iniciado no dia 13 de outubro, com os investidores atentos à temporada de resultados (corporativos). Aqui, o dólar segue com 3% de alta na semana, o que demonstra um clima de aversão ao risco local, descolando dos pares emergentes na reta final da corrida presidencial no Brasil", observa Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.

Na agenda doméstica, o destaque do dia seria o IPCA-15 de outubro, divulgado pela manhã, que, embora acima do esperado, não chegou a ganhar muita atenção, com o foco do mercado voltado nesta semana para a política. Prévia da inflação oficial do mês, o IPCA-15 surpreendeu ao subir 0,16% em outubro - ante mediana de 0,09% na pesquisa Projeções Broadcast -, mas é compatível com a expectativa de desinflação gradual à frente, na avaliação do Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4), que reiterou a projeção de IPCA de 5,5% em 2022, com um viés "ligeiramente positivo".

"Destacamos a queda menor do grupo de Transportes em relação ao mês anterior. Os preços defasados da gasolina e do diesel no Brasil em relação ao mercado internacional e a expectativa de manutenção ou de um possível aumento da cotação do petróleo devem reverter esse quadro deflacionário dos combustíveis nos próximos meses", observa em nota Rafael Perez, economista da Suno Research.
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