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segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Mercado financeiro Dólar e Ibovespa: 24/10/22

Bitcoin: R$ 102.508,42 Reais e US$ 19.362,60 Dólares.

Dólar comercialR$ 5,3024
Dólar turismoR$ 5,4930
Dólar ptaxR$ 5,2744
Euro comercialR$ 5,24
Euro turismoR$ 5.4969


O dólar disparou acima de 5,30 reais nesta segunda-feira, com o aumento das tensões políticas no Brasil na reta final da corrida eleitoral presidencial exacerbando movimento externo de busca pela moeda norte-americana em meio a preocupações com a saúde econômica da China.

A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 2,94%, a 5,3012 reais, maior valorização diária desde 22 de abril passado (+4,07%) e patamar de encerramento mais alto desde segunda-feira passada (5,3014 reais). O real teve, de longe, o pior desempenho entre uma cesta das principais divisas globais nesta sessão.

O dólar negociado no mercado interbancário voltou a fechar acima de suas médias móveis lineares de 50 e 100 dias, depois de na última sessão, na sexta-feira, ter encerrado abaixo de ambas as marcas pela primeira vez em um mês.

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:22 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 2,67%, a 5,3085 reais.

Aumentando as tensões políticas antes da eleição de 30 de outubro, o ex-deputado federal Roberto Jefferson foi detido no domingo após receber com tiros e granadas agentes da Polícia Federal que cumpriam ordem de prisão dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Jefferson, aliado do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), foi indiciado nesta segunda-feira pela Polícia Federal por quatro tentativas de homicídio.

A uma semana do acirrado segundo turno contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro procurou se distanciar de Jefferson já no domingo, chamando o ex-deputado de "bandido", enquanto a campanha de Lula iniciou esforços para relacionar os eventos da véspera com o clima criado no país pelo atual presidente.

"Parte do mercado entende que eventos envolvendo Roberto Jefferson podem trazer impactos significativos para as eleições, com a possível pausa do crescimento de Bolsonaro nas pesquisas e potencial impacto sobre os indecisos", disse Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital. "Neste contexto, Lula estaria mais próximo de levar o pleito e a nebulosidade acerca da política fiscal volta a assustar o investidor doméstico."

Ela disse acreditar que, apesar da reação ruim dos mercados, os acontecimentos do domingo não serão cruciais para a definição da eleição, já que provavelmente não terão efeito sobre os votos de eleitores já decididos.

Luccas Fiorelli, sócio fundador da HCI e planejador financeiro pela Planejar, também não viu grande impacto dos acontecimentos envolvendo Jefferson na corrida eleitoral, já que, em sua opinião, Bolsonaro já teve a oportunidade de desvencilhar sua imagem do ex-deputado.

"Está difícil você falar hoje se vai dar Lula, se vai dar Bolsonaro, porque está muito voto a voto, muita notícia de um lado, muita coisa do outro, então está um cabo de guerra bem acirrado", afirmou Fiorelli.

Já Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, notou claro impacto do noticiário político no mercado brasileiro nesta segunda-feira, mas afirmou que esperaria um ambiente de negócios cauteloso e volátil "de qualquer forma", mesmo sem os acontecimentos envolvendo Jefferson. "É mais porque finalmente chegou a semana" final de campanha eleitoral, afirmou o especialista, alertando para manutenção de ambiente instável ao longo dos próximos dias.

Na semana passada, várias pesquisas de intenção de voto mostraram crescimento de Bolsonaro nas sondagens, o que forneceu impulso ao real e ao Ibovespa no período.

A agenda econômica do atual presidente é vista como muito mais amigável aos mercados quando comparada à de Lula. No entanto, economistas têm alertado que ambos os candidatos ao Planalto podem precisar flexibilizar as regras fiscais do país no ano que vem caso sejam eleitos, de forma a cumprir promessas de gastos feitas durante suas respectivas campanhas.

Embora tenha sido amplificada no Brasil pelas tensões locais, a alta do dólar não foi isolada, com um índice que compara a divisa norte-americana a seis pares fortes ganhando 0,14% nesta tarde. Ao mesmo tempo, várias moedas emergentes ou sensíveis às commodities apresentaram forte queda no dia, com peso chileno, rand sul-africano, dólar australiano e iuan chinês perdendo de 1% a 1,7%.

Investidores mostraram nesta segunda-feira alguma preocupação com a economia da China, que, embora tenha se recuperado mais do que o esperado no terceiro trimestre, ainda enfrenta desafios em várias frentes, como uma crise imobiliária cada vez mais profunda e os riscos de recessão global.

Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho (NYSE:MFG), disse que também pesou a perspectiva de manutenção da política rígida de combate à Covid-19 na China, que foi reafirmada no fim de semana durante o Congresso do Partido Comunista do país.

A bolsa paulista teve um dia de forte correção nesta segunda-feira, a poucos dias do desfecho da corrida presidencial, com o Ibovespa caindo mais de 3% e as ações de estatais como Petrobras e Banco do Brasil desabando entre 9% e 10%

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 3,27%, a 116.012,7 pontos, maior queda percentual diária desde 26 de novembro de 2021. No pior momento, chegou a 115.792,69 pontos.

O volume financeiro na sessão somou 30,7 bilhões de reais.

Na semana passada, o Ibovespa acumulou alta de 7%, em parte apoiado em pesquisas eleitorais mostrando um estreitamento na diferença entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), com melhora do atual presidente e candidato à reeleição.

Mas um episódio no fim de semana desestabilizou a euforia, principalmente nos últimos pregões, de que Bolsonaro reverteria no domingo a derrota que sofreu de Lula no primeiro turno.

O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), apoiador de Bolsonaro, disparou tiros de fuzil e lançou granadas contra policiais federais que cumpriam mandado de prisão determinado pela Justiça contra ele.

Bolsonaro procurou, já no domingo, distanciar-se do ex-deputado, mas o estrago estava feito. Ao mesmo tempo que sua campanha agora precisa dividir o foco com ações para conter danos, a oposição tem um novo assunto a ser explorado.

"O cheiro que as pessoas tinham que Bolsonaro iria ganhar meio que sumiu", disse Carlos Belchior, estrategista-chefe da G5, acrescentando que o "pau a pau (na disputa presidencial) ficou mais do que certo".

Divulgada nesta tarde, pesquisa AtlasIntel para o segundo turno mostrou oscilação positiva de Lula para 52,0% de apoio ante 51,1%, contra 46,2% de Bolsonaro, que tinha 46,5%. Ela não capturou o caso de Roberto Jefferson.

Na visão de Belchior, o que ocorreu no domingo traz desconforto, em particular para as pessoas mais moderadas, eleitores de centro e indecisos, que se questionam sobre se a institucionalidade do país está em jogo.

Ele disse que espera um mercado mais volátil do que na defensiva nesta semana, com pesquisas principalmente determinando o humor, mas também as bolsas nos Estados Unidos, que terão uma semana com resultados corporativos relevantes.

Nesta segunda-feira, o norte-americano S&P 500 avançou mais de 1% em meio a expectativas de que talvez o Federal Reserve não será tão agressivo em sua política monetária.

A semana também começou com noticiário relevante na China, onde Xi Jinping assegurou um terceiro mandato. Sua nova equipe de liderança levantou temores de que o crescimento será sacrificado por políticas orientadas pela ideologia.

As bolsas na China reagiram com quedas relevantes, ajudando a pressionar o Ibovespa, dado que ambos são mercados emergentes. Uma bateria de dados econômicos chineses também esteve no radar, incluindo PIB acima do esperado no terceiro trimestre.

Destaques

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) desabou 9,2%, a 34,25 reais, após renovar máximas na semana passada, quando acumulou valorização de quase 13%. Os papéis foram afetados nesta segunda-feira pela turbulência política, enquanto o preço do petróleo Brent fechou com decréscimo de apenas 0,3%.

- BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) despencou 10,03%, a 40,20 reais, com o noticiário político também abrindo espaço para ajustes após o papel subir 14% na última semana. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) perdeu 4,54% e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) caiu 4,25%.

- IRB BRASIL ON (BVMF:IRBR3) tombou 8,49%, a 0,97 real, sendo negociada abaixo de 1 real pela primeira vez. Novo prejuízo mensal da resseguradora reforçou um cenário desafiador para a companhia e trouxe receios sobre o colchão de capital da empresa, mesmo após uma oferta de ações.

- SUZANO (BVMF:SUZB3) ON valorizou-se 3,48%, a 51,42 reais, apoiada em relatório de analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) elevando a recomendação das ações para "overweight", com preço-alvo de 67 reais. Os analistas previram que a normalização do preço da celulose será mais lenta do que o esperado. KLABIN UNIT (BVMF:KLBN11) subiu 1,5%.

- BRF ON (BVMF:BRFS3) caiu 7,7%, a 13,79 reais, após anunciar a criação de joint venture com saudita a Halal Products Development Company, uma subsidiária integral do Public Investment Fund (PIF), para indústria halal, que prevê aportes de 500 milhões de dólares. A joint venture terá participação de 70% da BRF.

- VALE ON (BVMF:VALE3) perdeu 2,97%, a 71,93 reais, contaminada pelo viés vendedor de forma generalizada, enquanto os preços do minério de ferro na China e em Cingapura tiveram avanços modestos. No setor de mineração e siderurgia, CSN ON (BVMF:CSNA3) teve o pior desempenho, fechando em baixa de 8,1%.
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