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quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Mercado financeiro Dólar e Ibovespa: 20/10/22

Bitcoin: R$ 100.022,21 Reais e US$ 19.016,20 Dólares.

Dólar comercialR$ 5,2175
Dólar turismoR$ 5,4126
Dólar ptaxR$ 5,2176
Euro comercialR$ 5,10
Euro turismoR$ 5.3601


O dólar fechou em forte queda nesta quinta-feira, pressionado por algum otimismo externo na esteira de balanços empresariais fortes nos Estados Unidos e da renúncia da primeira-ministra do Reino Unido, enquanto, no Brasil, o acirramento da disputa eleitoral forneceu impulso adicional ao real.

A divisa norte-americana à vista perdeu 1,11%, a 5,2168 reais na venda, maior depreciação diária desde o tombo de 4,025% registrado no último dia 3 e menor cotação para encerramento desde segunda-feira da semana passada (5,1921).

Na B3 (BVMF:B3SA3), às 17:01 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,01%, a 5,2285 reais.

Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, disse que o anúncio da saída da premiê britânica Liz Truss foi responsável, em parte, pelo enfraquecimento do dólar no Brasil e no mundo nesta sessão.

Truss, líder já sem credibilidade aos olhos dos mercados financeiros, renunciou nesta quinta-feira depois de apenas seis semanas no poder. Ela foi derrubada por seu programa econômico de corte de impostos, que abalou os mercados e dividiu seu Partido Conservador.

"Com o fim desse período turbulento, os mercados respiram um pouco aliviados, embora não seja possível definir ainda o que ocorrerá no Reino Unido. Assim, o real se beneficia desse movimento de otimismo", disse Mattos.

No noticiário externo, investidores também apontaram balanços melhores do que o esperado de algumas empresas norte-americanas como fator de sustentação para movimentos de procura por risco.

Já na cena doméstica, pesquisa Datafolha publicada na quarta-feira mostrou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 49% das intenções de voto --mesmo patamar da sondagem anterior-- e Jair Bolsonaro (PL) com 45% --variação positiva de 1 ponto. Como a margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, o petista e o candidato à reeleição estão em empate técnico.

"Não apenas o Datafolha, como a esmagadora maioria de outros institutos captaram um leve acréscimo nas intenções de voto de Jair Bolsonaro, indicando uma clara tendência de acirramento na disputa presidencial", avaliou a Levante Investimentos em relatório. "O clima deve trazer algum otimismo para os mercados no curto prazo, que descartam, a princípio, um descolamento de Lula frente ao seu adversário."

Investidores acreditam que uma eleição mais disputada poderia forçar tanto Lula quanto Bolsonaro a moderar seus discursos e buscar alianças mais ao centro, o que é visto com bons olhos pela maioria dos mercados.

Ao mesmo tempo, o cenário econômico doméstico continua sendo apontado como um grande suporte para o real.

"O Brasil está na contramão do mundo: tem uma inflação que está desacelerando, chegou no final do ciclo de alta de juros e tem uma atividade econômica que tem trazido bons resultados, surpreendido positivamente", disse à Reuters Rafael Perez, economista da Suno Research.

Ainda assim, ele alertou para a manutenção de temores internacionais, conforme a inflação elevada nas principais economias segue forçando os bancos centrais a apertar suas respectivas políticas monetárias, mesmo em meio a temores de recessão.

Segundo o economista, frente aos cenários externo e interno conflitantes, a tendência é de que os catalisadores do mercado de câmbio local se alternem entre a cautela global e o relativo otimismo em relação à economia brasileira, com o dólar devendo encerrar este ano não muito distante dos níveis atuais, entre 5,20 e 5,30 reais.

O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira pelo quarto pregão seguido, descolado de Wall Street, em meio a expectativas relacionadas à corrida presidencial no país, com Banco do Brasil e Petrobras entre os maiores ganhos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,77%, a 117.171,11 pontos, contabilizando avanço de 4,55% na semana. O volume financeiro no pregão nesta quinta-feira somou 37 bilhões de reais.

Pesquisa Datafolha mostrou no final da quarta-feira Lula estável com 49% das intenções de voto no segundo turno, enquanto Bolsonaro oscilou 1 ponto para cima e foi a 45%, no limite do empate técnico.

Outras pesquisas têm mostrado a mesma tendência, o que reforça o otimismo da equipe bolsonarista. No primeiro turno, os principais levantamentos subestimaram os votos do presidente e candidato à reeleição.

De acordo com o analista Leonardo Santana, da Top Gain, há outros componentes econômicos que apoiam o melhor desempenho do Ibovespa em relação ao exterior, mas a performance em particular de Petrobras e BB ressalta o efeito do cenário eleitoral.

Na visão dele, esse movimento mostra que o mercado está acreditando em uma possível vitória de Jair Bolsonaro.

Não é um segredo a predileção no mercado financeiro pelo perfil econômico do governo Bolsonaro, com menor presença do Estado na economia, mais favorável a privatizações e até mesmo do ponto de vista de perspectiva fiscal.

Lula tem recebido apoio de nomes respeitados no mercado, como Armínio Fraga, Edmar Bacha, Pedro Malan e Pérsio Arida, mas a falta de detalhamento sobre seu posicionamento na área e sobre quem será seu potencial ministro da Fazenda traz desconforto.

"Isso continua sendo um grande enigma", avaliam estrategistas do JPMorgan (NYSE:JPM), de acordo com relatório a clientes.

Para eles, porém, fatores como crescimento econômico e chance de queda da Selic em 2023 apoiam uma visão construtiva para a bolsa, independentemente do resultado da eleições, embora não descartem "possíveis contratempos".

Wall Street fechou no vermelho após dados do mercado de trabalho norte-americano e comentários de autoridade do Federal Reserve reforçarem expectativas de que o banco central dos EUA será agressivo na elevação da taxa de juros.

Destaques

- BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) saltou 4,68%, a 43,60 reais, chegando a 43,68 na máxima do pregão, maior cotação intradia desde janeiro de 2020. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) fechou com elevação de 1,55%, a 30,06 reais, superando 30 reais no melhor momento e renovando máximas históricas. BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) subiu 1,15%, a 20,30 reais.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançou 2,96%, a 36,47 reais, atingindo 36,55 reais na melhor momento, recorde intradia, apesar do enfraquecimento dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent fechou com variação negativa de 0,03%, a 92,38 reais o barril. No setor, PRIO ON caiu 0,66% e 3R Petroleum ON (BVMF:RRRP3) teve oscilação positiva de 1,11%.

- VALE ON (BVMF:VALE3) subiu 1,28%, a 72,02 reais, reforçando o sinal positivo do Ibovespa, apesar do declínio dos preços do minério de ferro. O setor de mineração e siderurgia como um todo ficou na ponta positiva do índice: CSN ON (BVMF:CSNA3) avançou 3,96%, USIMINAS PNA (BVMF:USIM5) fechou em alta de 2,99%, GERDAU PN (BVMF:GGBR4) valorizou-se 2,52% e CSN MINERAÇÃO ganhou 2,13%.

- AMERICANAS ON (BVMF:AMER3) desabou 13,77%, a 14,15 reais, em mais uma sessão bastante negativa para o setor de varejo, com VIA ON caindo 7,06% e MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) perdendo 2,39%. O índice do setor de consumo na B3 fechou em queda de 0,95%. Na contramão, NATURA&CO ON (BVMF:NTCO3) avançou 3,54% ainda sob efeito de expectativas sobre o possível IPO ou cisão da Aesop.

- B3 ON (BVMF:B3SA3) recuou 1,75%, a 14 reais, entre as maiores pressões negativas do Ibovespa. No começo da semana, analistas do Safra cortaram a recomendação dos papéis para "neutra", com preço-alvo de 16 reais, enxergando espaço de valorização limitado. Até a véspera, a ação acumulava elevação de mais de 9% em outubro.

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