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segunda-feira, 2 de maio de 2022

Mercado financeiro Dólar e Ibovespa: 02/05/22

Bitcoin: R$ 195.290,88 Reais e US$ 38.506,50 Dólares.

Dólar comercial: R$ 5,0708
Dólar turismo: R$ 5,2565
Dólar ptax: R$ 5,0266
Euro comercial: R$ 5,33
Euro turismo: R$ 5.5937
Libra: R$ 6,335
Peso Argentino: R$ 0,044

Petróleo: US$ 107,820
Ouro: US$ 1863,500
Prata: US$ 23,150
Platina: US$ 930,800
Paládio: US$ 2244,000

O dólar encerrou o primeiro pregão de maio acima dos 5,07 reais, acompanhando o salto dos rendimentos da dívida norte-americana para os maiores patamares em vários anos nesta segunda-feira, antes da reunião de política monetária desta semana do Federal Reserve.

O banco central dos Estados Unidos deve elevar os juros básicos em 0,5 ponto percentual ao fim de seu encontro de dois dias, na quarta-feira, o que representaria endurecimento de sua postura no combate à inflação. Em março, o Fed havia subido os juros pela primeira vez desde 2018, mas em dose mais amena, de 0,25 ponto.

Essa perspectiva de maior agressividade no aperto monetário impulsionou as taxas dos títulos soberanos dos EUA, com o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para investimentos-- chegando a superar 3% pela primeira vez desde dezembro de 2018.

Isso, por sua vez, alimentava a alta do índice do dólar contra uma cesta de moedas fortes para perto de um pico em 20 anos atingido recentemente, num movimento que, segundo Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, não é isolado nesta sessão, mas vem desde a última semana.

Ao mesmo tempo, moedas de países emergentes tiveram quedas acentuadas nesta segunda-feira, com rand sul-africano e pesos chileno e colombiano caindo mais de 1% cada. Izac afirmou que a desvalorização desse tipo de divisa reflete, além dos receios sobre o Fed, temores com uma desaceleração econômica na China, que poderia minar a atividade no resto do mundo.

No Brasil, depois de chegar a tocar os 5,0881 reais no pico da sessão, salto de 2,93%, o dólar à vista fechou em alta de 2,58%, a 5,0712 reais na venda. Essa foi a maior valorização diária desde 22 de abril (+4,07%), que havia sido o salto mais intenso da moeda norte-americana desde o início da pandemia de Covid-19. A divisa também registrou o maior patamar para encerramento desde 16 de março passado (5,0917 reais).

Na B3 (SA:B3SA3), às 17:07 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 2,10%, a 5,1230 reais.

Além do Fed, investidores também aguardam a reunião de política monetária do Banco Central do Brasil, que acaba na quarta-feira. Um aumento de 1 ponto percentual na Selic, a 12,75%, é aposta consensual nos mercados, mas ainda há dúvidas sobre quais serão os próximos passos sinalizados pela autarquia no comunicado.

"Dado o cenário de inflação atual e prospectivo muito desafiador, deterioração adicional das expectativas de inflação (particularmente para o final de 2023), intensas pressões inflacionárias de custo e perspectiva estrutural de alta das commodities, esperamos que o Copom deixe a porta aberta para outra alta menor da Selic na reunião de junho", disse o Goldman Sachs (SA:GSGI34) (NYSE:GS) em relatório, sem especificar qual poderia ser a magnitude desse aperto.

No mais recente boletim semanal Focus, a expectativa era de que a Selic chegará a 13,25% até o fim deste ano.

As indicações do Copom sobre os rumos da Selic podem ter impacto significativo no preço do dólar, já que o nível dos juros afeta diretamente a atratividade da renda fixa doméstica. No período de janeiro a março deste ano, por exemplo, a perspectiva de custos de empréstimos cada vez mais altos --que tenderiam a atrair recursos para o mercado de dívida brasileiro-- derrubou a moeda norte-americana em 14,5%, seu pior desempenho trimestral frente ao real desde meados de 2009.

O dólar recuperou-se 3,8% em abril, no entanto, com a disparada internacional da divisa em meio às apostas crescentes num Fed mais agressivo parecendo ofuscar a Selic elevada.

Segundo Izac, da Nexgen, parece haver um "contraste" nas expectativas do mercado em relação aos próximos passos dos bancos centrais de Brasil e EUA, o que está jogando a favor do dólar: "O Fed está aparentando estar disposto a subir os juros além do que o mercado espera; já nosso BC parece tender a seguir o consenso do mercado."

Mesmo assim, disse Izac, "ainda existe uma tendência de dólar fraco (contra o real) nesse ano", que pode ser reforçada caso o BC seja forçado a ser mais agressivo que o previsto na elevação da Selic ou se a situação sanitária da China --onde surtos de Covid-19 têm alimentado receios de recessão-- se resolva rapidamente.

Apesar da recuperação vista em abril, o dólar ainda acumula queda de 9% no ano frente ao real, que segue ostentando a posição de melhor performance global no período. Mesmo assim, a moeda está 10% acima da mínima de encerramento de 2022, de 4,6075 reais, atingida no dia 4 de abril.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), deu continuidade à tendência de queda, hoje com perda de 1,15% e fechamento aos 106.638,64 pontos.

Na mínima do dia, chegou a tocar os 105.218,19 pontos, patamar no qual se manteve por boa parte da tarde. Já no fim do pregão, contudo, uma melhora dos índices em Nova York, que encerraram o dia positivos, levou a referência da Bolsa de volta aos 106 mil pontos.

"Hoje foi um resultado de um mix de coisas. Inflação altíssima no mundo, inclusive nos EUA, principal economia do mundo, e o ruído de que pode haver recessão com a retirada de estímulos à economia. Somado a isso tem a guerra, que gera impacto muito forte para a inflação mundial, principalmente energia. E para piorar, a China fechada por conta do covid. Foi a cereja do bolo", aponta Lucas Mastromonico, operador de renda variável da B.Side Investimentos.

A derrocada desta segunda-feira, aliada à sucessão de baixas das últimas semanas, minguou os ganhos tidos neste ano pelo Ibovespa. Em 2022, o índice acumula alta magra de 1,73%. Ante o cenário de desaceleração chinesa, os ativos ligados a commodities entraram com força no vermelho nesta segunda-feira, com uma perspectiva que não só a oferta global de manufaturados vai ser negativamente afetada, com uma nova rodada de disfunções na cadeia de suprimentos, mas também a demanda por commodities, o que impacta diretamente o Brasil.

"Os últimos PMIs (índice de gerentes de compras da indústria) sugerem que a atividade teve um início mais fraco no segundo trimestre, à medida que os lockdowns na China levaram a uma forte queda na atividade lá. E os componentes que olham para o futuro - incluindo novos pedidos e novos pedidos de exportação - sugerem que a atividade vá enfraquecer mais", aponta a consultoria britânica Capital Economics em relatório.

Os ativos ligados a commodities metálicas sofreram, com Vale (SA:VALE3) em queda de 0,44% e Gerdau (SA:GGBR4) chegando a recuar 2,55% (PN). Além disso, nem mesmo o barril de petróleo acima dos US$ 100 foi suficiente para segurar as ações das petroleiras, com PetroRio (SA:PRIO3) figurando entre as maiores quedas da bolsa (-5,81%) e Petrobras (SA:PETR4) terminando o dia em queda de 1,79% (ON) e 0,99% (PN). Somado à alta inflação interna e juros altos, varejo e techs também sofreram, além dos bancos, com a B3 (SA:B3SA3) capitaneando as perdas, com queda de 3,7%.

"Estamos vendo uma continuidade do que aconteceu na sexta-feira no fim do dia, setores mais cíclicos, tanto domésticos quanto globais, liderando a queda na bolsa. Isso é explicado pelo receio dos mercados por uma aceleração de juros nos Estados Unidos, um ciclo mais longo e talvez até mais acentuado nas próximas reuniões", aponta Luiz Adriano Martinez, administrador de portfólio da Kilima Asset.

Na próxima reunião de política monetária americana, na quarta-feira, o mercado espera que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) suba os juros em 0,50 pontos, mas acredita que a atual conjuntura levará o banco central americano a deixar a porta aberta para altas mais agressivas.

Para Martinez, o comportamento do índice brasileiro em maio será ditado por dois fatores, sobretudo: o quão agressivo o Fed se propuser a ser e os sinais vindos da economia chinesa. "A maneira como a China está tratando a covid está prejudicando bastante a economia corrente. O que precisa ser definido é se essa piora é só restrita ao lockdown. Se num segundo momento, quando as medidas deixarem de ser implementadas, será que a economia volta com a mesma força de anteriormente?", questiona.

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