Dólar comercial: R$ 4,9901
Dólar turismo: R$ 5,1544
Dólar ptax: R$ 4,9666
Euro comercial: R$ 5,31
Euro turismo: R$ 5.5759
Libra: R$ 6,278
Peso Argentino: R$ 0,043
Petróleo: US$ 105,680
Ouro: US$ 1904,400
Prata: US$ 23,555
Platina: US$ 915,900
Paládio: US$ 2438,000
A terça-feira ficou marcada pelo retorno do dólar ao patamar de 5 reais, em mais uma sessão de fortes ganhos da moeda norte-americana que exigiram nova intervenção do Banco Central, o que ajudou a aplacar a alta e levar a moeda a 4,9899 reais no fechamento.
A percepção de incerteza sobre a taxa de câmbio disparou. Uma medida de volatilidade implícita para um mês saltou a 20,64%, maior valor desde março de 2021.
O exterior tem ditado a escalada das cotações --o dólar saltou mais uma vez nesta sessão e renovou picos em dois anos contra uma cesta de moedas--, mas operadores citam ainda percepção de parada de fluxo ao Brasil, com exportadores e empresas de forma geral preferindo deixar recursos lá fora de olho no aumento dos juros nos EUA e na perspectiva forte para o dólar em termos globais.
A aproximação do fim do mês, com suas típicas rolagens de derivativos que adicionam volatilidade aos negócios, e remessas de grandes volumes (citados como atípicos) por empresas também são fatores comentados nas mesas de operação.
O dólar à vista saltou 2,32% nesta terça-feira e terminou no maior valor desde 18 de março (5,017 reais), última vez que encerrou acima de 5 reais.
Na máxima, foi a 5,0003 reais, valorização intradiária de 2,53%. Na mínima, ficou praticamente estável, com variação positiva de 0,05%, a 4,8794 reais.
O dólar marcou três sessões de alta nas quais acumulou valorização de 8,04%. O real, de longe, é a moeda com pior desempenho no período.
Num presságio de mais altas, a cotação fechou acima de sua média móvel de 50 dias --uma resistência técnica-- pela primeira vez desde janeiro. Mas segue a alguma distância das médias de 100 e 200 dias, em torno de 5,24 reais e 5,30 reais, respectivamente.
O dólar operou em curva ascendente desde o começo do pregão, mas depois das 11h (de Brasília) acelerou o ritmo, até que às 11h45 alcançou o pico do dia. No mesmo minuto o Banco Central anunciou oferta líquida de 500 milhões de dólares em swap cambial tradicional. Considerando operações de swap anunciadas no meio do pregão, a desta terça foi a primeira desde outubro do ano passado.
O BC já havia atuado na sexta-feira, mas com venda de 571 milhões de dólares no mercado à vista de câmbio, dia em que o dólar chegou a subir 4,78% na máxima.
Alguns analistas chamaram atenção para o fato de o Bacen ter atuado com o dólar a 5 reais nesta terça e lembraram que o cenário de referência do colegiado do Banco Central que decide os juros (Copom) considera taxa de câmbio partindo de 5,052 reais por dólar.
O Copom se reúne na próxima semana para deliberar sobre a Selic. No mesmo dia do anúncio da decisão, quarta-feira, o BC dos EUA também informará um provável novo aumento nas taxas norte-americanas e em ritmo possivelmente mais forte que o de costume.
"Vemos o real revertendo parte dos ganhos nos próximos meses", disse em nota Bertrand Delgado, estrategista do Société Générale (EPA:SOGN). "Condições financeiras e de liquidez mais apertadas juntamente com riscos geopolíticos em curso e o risco crescente de crescimento global mais brando provavelmente prejudicarão o real", completou.
O Société estima dólar de 5,15 reais ao fim do segundo trimestre e de 5,45 no término do ano --altas de 3,2% e 9,2%, respectivamente, em relação ao fechamento desta terça.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, teve seu sétimo dia de baixa consecutivo, caindo 2,23%, aos 108.212,86 pontos. É o menor nível da Bolsa em três meses, desde 24 de janeiro (107.937,11 pontos).
Na Bolsa, as ações de bancos puxaram o índice para baixo, após reação negativa aos resultados de Santander Brasil, que abriu a temporada de balanços para os grandes bancos locais. O lucro líquido do Santander foi de R$ 4,005 bilhões no primeiro trimestre, uma alta de 1,3% em relação ao mesmo período de 2021 e de 3,2% na comparação com o quarto trimestre.
No fim da sessão, as ações do Santander (SANB11) perdera 4,55%, vendidas a R$ 32,10. As do Bradesco (BBDC4) sofreram baixa de 4,45%, cotadas a R$ 18,25, e as do Itaú (ITUB4) fecharam valendo R$ 24,73, em desvalorização de 3,29%.
Em Wall Street, os principais índices de ações afundaram entre 2,4% e 4%. O mercado operou também na expectativa pelos resultados de grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos, como Alphabet (NASDAQ:GOOGL) e Microsoft (NASDAQ:MSFT).
