segunda-feira, 25 de abril de 2022
Mercado financeiro Dólar e Ibovespa: 25/04/22
Bitcoin: R$ 195.102,18 Reais e US$ 40.173,00 Dólares.
Dólar comercial: R$ 4,8755
Dólar turismo: R$ 5,0458
Dólar ptax: R$ 4,8818
Euro comercial: R$ 5,22
Euro turismo: R$ 5.4853
Libra: R$ 6,213
Peso Argentino: R$ 0,043
Petróleo: US$ 102,630
Ouro: US$ 1895,900
Prata: US$ 23,700
Platina: US$ 1049,000
Paládio: US$ 2438,000
O dólar voltou a registrar firme alta contra o real, fechando nesta segunda-feira no maior patamar em mais de um mês, mas depois de bater 4,95 reais a moeda perdeu força e encerrou abaixo de 4,90 reais, tomando emprestado algum respiro dos mercados norte-americanos.
O dólar spot subiu 1,46%, a 4,8768 reais na venda. É o maior valor desde 22 de março passado (4,9153 reais).
Na máxima do pregão, a divisa foi a 4,95 reais, um salto de 2,99%.
O mercado até começou o dia vendendo dólares --na mínima, tocada ainda na primeira hora de negócios, a cotação caiu 0,17%, a 4,7985 reais. Mas do meio da manhã para a frente a moeda norte-americana começou a ganhar tração no exterior de forma concomitante à deterioração dos mercados na Europa e à queda das matérias-primas por temores relacionados à economia chinesa e a um banco central nos EUA mais agressivo na política monetária.
À tarde, a recuperação de Wall Street --onde os três principais índices fecharam em alta depois de quedas de até 1,66%-- acalmou o nervosismo dos compradores de dólares, e a moeda se afastou das máximas sem necessidade de nova intervenção do Banco Central no mercado de câmbio.
De toda forma, a pressão sobre as cotações chamou atenção. Na mínima do dia, a 4,95 por dólar, o real chegou a acumular perda de 6,69% desde o fechamento de quarta-feira passada e de 7,43% frente à mínima intradia de 5 de abril (4,582 reais).
Em dois pregões, o real amarga o pior desempenho entre seus principais pares emergentes. A alta do dólar acumulada no período é de 5,59%, a mais forte na mesma base de comparação desde 18 de maio de 2017 (+9,48%). Apenas naquela data, o dólar disparou 8,15%, reagindo à bomba no mundo político após delação de Joesley Batista, um dos sócios da JBS (SA:JBSS3), ter envolvido o então presidente da República Michel Temer.
E ruídos de natureza política voltaram a pesar sobre o mercado nos últimos dias. Investidores tiveram de lidar com novas manchetes sobre chances de aumento de gastos com o Auxílio Brasil, num contexto em que investidores já questionam as políticas econômicas a serem adotadas pelo governo que tomar posse em 2023.
Paralelo a isso, a crise entre os Poderes voltou a ocupar os holofotes após o presidente Jair Bolsonaro anunciar na quinta-feira passada decreto concedendo perdão ao deputado Daniel Silveira, condenado pelo Supremo Tribunal Federal por crimes de coação no curso do processo e atentado ao Estado Democrático de Direito.
"Mais preocupante, contudo, foi a tensão criada entre o Ministro Barroso do STF e as Forças Armadas sobre a lisura das urnas eletrônicas. Este assunto cria um clima de instabilidade forte para o pleito de outubro, e este tema é central para muitos investidores internacionais que veem na estabilidade democrática um ponto fundamental pra investimentos de longo prazo", disse André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos.
Para o economista, é difícil determinar se de fato as recentes questões políticas estão "formando preço" no mercado, mas ignorar estes temas não parece mais uma opção. "Está evidente que o mercado está de olho já na eleição, e as rusgas trocadas por um ministro do Supremo e as Forças Armadas não é um sinal alvissareiro", finalizou.
Mas os fundamentos do real, amparados por melhora dos termos de troca, diferencial de juros ainda elevado a favor do Brasil e um juro real positivo, ainda endossam a visão benigna de Gustavo Menezes, gestor macro da AZ Quest, em relação à taxa de câmbio. Para ele, o cenário externo tem preponderado na dinâmica da formação do preço do dólar.
"Essa volatilidade, claro, traz alguns alertas, mas a gente sempre oscila dentro de posição comprada em real", disse. "Esses ruídos (político-institucionais e eleitorais) acabam influenciando, mas a preocupação seria de ruptura, e tão perto já das eleições não devem preocupar", completou.
Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), deu continuidade à tendência de queda, com desvalorização de 0,35%, aos 110.684,95 pontos —essa é a sexta baixa consecutiva.
O volume financeiro foi de 26,3 bilhões de reais.
Os principais índices em Wall Street subiram entre 0,7% e 1,3%. O Nasdaq Composite foi destaque positivo, após ações de tecnologia acelerarem no final do pregão na sequência da divulgação do acordo de Elon Musk para compra do Twitter por 44 bilhões de dólares. [nL2N2WN29T]
O índice pan-europeu STOXX 600 caiu 1,8%, tendo fechado antes da retomada em Nova York. Ações chinesas recuaram a mínimas de 2020.
