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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Mercado financeiro Dólar e Ibovespa: 30/09

Bitcoin: R$ 237.700,29 Reais e US$ 43.888,70 Dólares.

Dólar comercial: R$ 5,4457
Dólar turismo: R$ 5,6647
Dólar ptax: R$ 5,4394
Euro comercial: R$ 6,31
Euro turismo: R$ 6.6248
Libra: R$ 7,339
Peso Argentino: R$ 0,055

Petróleo: US$ 78,550
Ouro: US$ 1731,600
Prata: US$ 22,375
Platina: US$ 984,600
Paládio: US$ 1901,500

O Ibovespa fechou a quinta-feira (30) em queda de 0,11%, aos 110.979,10 pontos, depois de registrar alta de 0,89% na véspera. Com o desempenho de hoje, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) encerra setembro com perda acumulada de 6,57% — o pior resultado mensal desde março de 2020 (-29,90%).

Naquela época, a covid-19 havia acabado de ser declarada como pandemia pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Ibovespa passou por seis "circuit breaker" — mecanismo ativado na Bolsa para interromper temporariamente as negociações quando o índice registra uma queda acentuada, de mais de 10%. É uma forma de reduzir a volatilidade e acalmar os ânimos dos investidores.
Em 2021, o Ibovespa registra queda de 6,75%, enquanto o dólar tem alta de 4,96% — ambos os resultados muito influenciados pelos respectivos desempenhos em setembro.

O Banco Central deu as caras no mercado e tirou o dólar à vista de perto dos 5,50 reais, mas a moeda ainda fechou em alta e no maior patamar desde abril, registrando os maiores ganhos para setembro e para o terceiro trimestre em seis anos.

O dólar interbancário até chegou a cair mais cedo --indo a uma mínima de 5,3674 reais, queda de 1,15%--, mas ainda pela manhã começou a ganhar força, movimento que se intensificou nas negociações vespertinas conforme o mercado adicionava prêmio de risco por temores de flexibilização fiscal relacionada ao auxílio emergencial.

Assim, a divisa brasileira começou a descolar mais de seus pares, alguns dos quais tinham ganhos contra o dólar nesta quinta.
Mas o anúncio pelo BC à tarde de um leilão extraordinário de 500 milhões de dólares em swaps cambiais afastou a cotação dos picos --na máxima intradiária, o dólar spot foi a 5,4771 reais, alta de 0,87%, enquanto no mercado futuro a taxa superou 5,5000 reais.

Ainda assim, o real terminou o dia na segunda pior posição num ranking de 33 pares do dólar. Somente o peso mexicano (-0,55%) caiu mais.
"O real está apanhando de todo mundo e de todos os lados. Acho que esse leilão deveria já ter sido feito", disse Joaquim Kokudai, gestor na JPP Capital.

"Já faz tempo que o real nesse patamar é ruim para a economia... A gente está pagando o preço por ter tomado muito risco lá atrás, pela falta de confiança (no governo e no BC). Todo mundo gosta do discurso do Paulo Guedes, mas não existe confiança de que ele vai conseguir implementar o discurso", completou o gestor.

Sinal de constantes incertezas do lado da política monetária, as taxas de juros projetadas pelos contratos de DI da B3 (SA:B3SA3) voltaram a subir nesta sessão, com investidores enxergando a Selic cada vez mais próxima de 10% ao fim do ano que vem, num cenário de viés para cima na inflação, após a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do BC.

No mercado de câmbio, há quem tenha avaliado que com o leilão de swap desta quinta o BC atendeu apenas a um fluxo específico. Contudo, alguns viram a operação como uma forma de o Bacen "marcar território" e gerar algum desconforto aos comprados em dólar.

Isso num momento em que a inflação dispara e pode ganhar pressão adicional vinda de um renascimento do rali do petróleo no mercado externo, o que impacta diretamente a perspectiva para os já inflacionados preços dos combustíveis --que estiveram no centro de falas de importantes autoridades políticas nos últimos dias.

No fechamento desta quinta-feira, o dólar à vista subiu 0,36%, a 5,4496 reais na venda. É o nível mais alto desde 27 de abril (5,4625 reais).
A moeda engatou o sétimo pregão de ganhos, já perto de igualar a sequência de oito altas ocorridas entre o fim de junho e início de julho.

Em setembro, o dólar avançou 5,36% --maior valorização desde janeiro passado (+5,53%) e a mais forte para o mês desde 2015 (+9,33%).
No terceiro trimestre, a moeda saltou 9,51%. É a mais intensa apreciação desde os três meses findos em março de 2020 (+29,44%), quando a pandemia de Covid-19 chacoalhou pela primeira vez os mercados globais.

Para o período de julho a setembro, a alta deste ano foi a mais veemente desde 2015 (+27,55%).
No acumulado de 2021, o dólar sobe 4,97%. E a taxa de câmbio adentra o quarto trimestre envolta num cenário visto como mais desafiador --risco fiscal no Brasil, inflação pressionada, chance de aperto da política monetária nos EUA e temores sobre o ritmo de atividade no maior parceiro comercial do Brasil, a China.

"Uma potencial flexibilização do teto de gastos em meio a um ambiente global pior estão elevando os riscos de a moeda doméstica fechar este ano mais fraca do que nossa estimativa de 5,33 por dólar", alertaram profissionais do Citi em nota.

"O real ainda encara trajetória de fraqueza", resumiu em relatório Bertrand Delgado, da área de mercados globais do banco francês Société Générale (PA:SOGN), citando dificuldade no andamento de reformas estruturantes, situação fiscal de "alto risco", liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto, piora nos termos de troca, China e Fed (banco central dos EUA).

"O Brasil ainda está vulnerável ao ressurgimento da pandemia", adicionou, citando que menos da metade da população está com o ciclo completo de imunização.
Real fecha pior trimestre desde o início da pandemia e encara fim de ano desafiador

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