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terça-feira, 14 de julho de 2020

Dinossauro encontrado no Ceará recebe nome em homenagem ao Museu Nacional

O Brasil agora tem, oficialmente, mais um dinossauro para a sua lista. A criatura foi apresentada na última sexta-feira (10) em uma pesquisa publicada na revista Scientific Reports por pesquisadores da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE), da Universidade Regional do Cariri (Urca) e do Museu Nacional.

O dinossauro era carnívoro e terrestre, e foi encontrado há cerca de 12 ano na Formação Romualdo no Ceará. A espécie inédita recebeu o nome de Aratasaurus museunacionali em homenagem ao Museu Nacional do Rio de Janeiro, que foi destruído por um incêndio em 2018 e onde seus fósseis ficaram armazenados.

Alexander Kellnet, diretor do museu, explicou a origem do nome contando que "ara" e "ata" são palavras do tupi que significam "nascido" e "fogo", respectivamente, enquanto "saurus", do grego, já é um termo conhecido por ser usado para denominar répteis. Sendo assim, a junção dos termos significa algo como "nascido do fogo".

De acordo com os pesquisadores, os fósseis possuem entre 110 e 115 milhões de anos e as características anatômicas sugerem que o animal era de médio porte e pode ter atingido 3,12 metros, pesando até 34,25 quilos. Na imagem abaixo, divulgada pelo Museu Nacional, o Aratasaurus museunacionali pode ser visto em comparação com um Velociraptor e um T.Rex.

Segundo o paleontólogo Rafael Andrade, o dinossauro encontrado era um animal ainda jovem, o que significa que ele pode crescer ainda mais até atingir a idade adulta. Os cientistas chegaram a essa conclusão fazendo a análise dos anéis de crescimento que ficaram impressos nos fósseis, quando apenas quatro foram contabilizados. Os dedos do pé do animal indicam ainda que sua linhagem era ainda mais antiga do que aquela que deu origem aos tiranossaurídeos.

"O Aratasaurus aponta que parte dessa rica história pode estar no Nordeste do Brasil e na América do Sul. Sendo assim, ainda há muitas lacunas para desvendar esse quebra-cabeças evolutivo, mas, com essa descoberta, colocamos mais uma peça para entendê-lo", contou Juliana Sayão, paleontóloga da Universidade Federal do Pernambuco.

Segundo Álamo Saraiva, paleontólogo da Universidade Regional do Cariri, o Aratasaurus é de extrema importância para a valorização da paleontologia da região e espera-se que as visitações das áreas do Geopark Araripe aumentem. Sayão diz ainda que a descoberta contribui para o entendimento da história evolutiva destes terópodes que, atualmente, são representados pelas aves.

Fonte: Agência Brasil, Por Natalie Rosa Canaltech.
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