O Dilophosaurus não é nenhum T.Rex ou Velociraptor, mas já é um conhecido daqueles que assistiram à saga Jurassic Park. Ele é aquele dinossauro que abre algo que parece grandes asas ao lado do seu rosto quando se sentem ameaçados, cuspindo um perigoso veneno em quem chega perto.
A criatura, um bípede carnívoro que viveu no período Jurássico Inferior, voltou à mídia, mas por conta de um filme ou animação, e sim em novos estudos. De acordo com uma pesquisa publicada no Journal of Paleontology no último dia 7 de julho, o Dilophosaurus não era pequeno como retratado no filme de Steven Spielberg, mas sim um dos maiores animais terrestres do seu tempo.
O estudo, realizado pela Universidade do Texas, revela que a criatura teria mais de 6 metros de comprimento, tendo ainda muito em comum com os pássaros modernos. Adam Marsh, líder da pesquisa, conta que o dinossauro também é o menos conhecido e que, até essas novas informações, ninguém sabia muito bem como ele era e como evoluiu. Então, basicamente, o que foi visto em Jurassic Park foi o resultado de muita imaginação.
O cientista já fez a análise de cinco espécimes de Dilophosaurus durante seu doutorado, tornando-se agora o paleontólogo principal do Parque Nacional da Floresta Petrificada no estado norte-americano do Arizona. O estudo conta com a colaboração de Timothy Rowe, do Jackson School of Geosciences, que descobriu duas das espécimes do dinossauro estudado por Marsh. Todos os espécimes analisados por Marsh foram descobertos na Formação Kayenta e pertencem à nação Navajo, com três aos cuidados do Museu de Paleontologia da Universidade da Califórnia e os outros dois no Jackson School.
O novo estudo traz mais informações sobre registros antigos do dinossauro, desde quando ele foi descoberto pela primeira vez e o estabelecimento de um padrão para os próximos fósseis encontrados. O primeiro fóssil teria sido reconstruído com gesso, mas o artigo escrito sobre ele, ainda em 1954, não deixa claro o que exatamente foi reconstruído, o que, segundo os pesquisadores, acaba tornando a missão de determinar o quanto do trabalho inicial teve como base o primeiro registro real.
As primeiras informações sobre o Dilophosaurus apontavam para um animal com mandíbula fraca e uma crista frágil, sendo estas as características usadas em Jurassic Park. No entanto, segundo Marsh, seus maxilares contam com evidências de que foram poderosos. Além disso, alguns de seus ossos possuem manchas de bolsas de ar, o que pode ter ajudado a fortalecer o seu esqueleto, includindo a sua crista, que era dupla. O pesquisador conta que as bolsas de ar funcionavam como plástico-bolha, mantendo os ossos fortes e protegidos.
As bolsas de ar, inclusive, podem ser encontradas em pássaros modernos, que contam com essa ajuda para voar, e outros grandes dinossauros, que ganhavam mais mobilidade em suas largas estruturas. No Dilophosaurus, esses sacos de ar estão desde a cavidade nasal até as cristas.
Para estudar a criatura de maneira mais aprofundada, Marsh registrou centenas de características anatômicas de cada fóssil e, com a ajuda de um algoritmo, fez a comparação com o primeiro fóssil descoberto. Além de confirmar que todos, de fato, eram Dilophosaurus, foi descoberto também um grande espaço evolutivo entre o animal e seus parentes mais próximos. Isso significa, segundo os pesquisadores, que há muitos outros semelhantes para serem descobertos.
As informações revisadas do Dilophosaurus vão ajudar os paleontólogos a identificar melhor as amostras que ainda não estão definidas e as que serão descobertas. Inclusive, Marsh relatou que, em meio à análise, descobriu que um pequeno crânio existente na coleção da Jackson School pertence a um Dilophosaurus.
Fonte: UT News Por Natalie Rosa via Canaltech.