Depois de abrir o pregão em queda, o dólar passou a subir minutos depois. Após a moeda bater R$ 4,14 mais cedo, por conta de preocupações com a situação econômica e política no país e temores externos, o Banco Central intensificou a intervenção no câmbio nesta quarta-feira com o anúncio de novos leilões.
Foi o maior avanço diário em três semanas. Na semana e no mês, o dólar acumula alta de 4,75% e 14,31%, respectivamente. Em cinco sessões, o avanço foi de 8,14%. No ano, a moeda já subiu 55,94%.
Recorde
A cotação foi a mais alta já registrada desde a criação do real - recorde atingido também na terça-feira (22), quando a moeda fechou a R$ 4,05. A maior até então havia sido registrada em 10 de outubro de 2002, quando o dólar chegou a ser vendido a R$ 4 durante o pregão, mas desacelerou a alta e fechou naquele dia a R$ 3,98.
Na época, a moeda norte-americana foi impulsionada, entre outros, pelas perspectivas de que o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria eleito, algo que não agradava o mercado financeiro.
No passado, houve um breve período em que R$ 1 chegou a valer mais que US$ 1 na carteira. Isso aconteceu entre 1994 e 1999, quando o governo passou a controlar artificialmente a cotação da moeda norte-americana para estabilizar a economia do país, recém-saída de uma hiperinflação.
Dólar turismo a mais de R$ 4,60
Nas casas de câmbio, a disparada do dólar já mostra seus reflexos. Na manhã desta quarta-feira, a cotação passava de R$ 4,60.
Dólar em casas de câmbio.
A cotação chega a R$ 4,62 no cartão pré-pago (já inclusos os 6,38% de IOF) na Confidence Câmbio. Em espécie, a moeda sai por R$ 4,39. Na Get Money, a cotação chega a R$ 4,58 no cartão pré-pago (já inclusos os 6,38% de IOF). Em espécie, a moeda sai por R$ 4,34. Na Cotação, o dólar sai por R$ 4,39 em espécie, e R$ 4,61.